quarta-feira, 10 de junho de 2009

Simbolismo

E o lançamento simultâneo dos programas “Terra Legal” e “Arco Verde” deverá ocorrer numa região muito apropriada. No próximo dia 19, o presidente Lula e uma caravana de ministros deverão lançar as “iniciativas” em Alta Floresta, norte do Mato Grosso.

Sobre essa região, escreveu o professor Ariovaldo Umbelino no artigo “BR-163: BR-163 Cuiabá-Santarém: Geopolítica, grilagem, violência e mundialização” no Livro “Amazônia Revelada”:

"O território capitalista na Amazônia foi estabelecido sob a lógica dos monopólios, produzindo frações territoriais, regiões distintas na Amazônia brasileira. O norte mato-grossense é exemplo dessa diferença histórica. Cada parte daquela imensa região teve ou ainda tem “dono”: Sinop é de Ênio Pipino; Alta Floresta, de Ariosto da Riva; Matupá, dos Ometto; Juara, de Zé Paraná etc.

(...)
Principalmente no norte de Mato Grosso, dia a dia foram crescendo várias de suas principais cidades,como Sinop e Alta Floresta, ambas fruto de investimentosempresariais. Reprodução ampliada monopolista da produção da terra mercadoria. Versão modernada colonização igualmente capitalista do Paraná e de Mato Grosso do Sul. As duas cidades têm servido de base para todos os empreendimentos do gênero em quase toda a região norte, em decorrência da franca ascensão do comércio e da facilidade na obtenção de recursos por meio dos organismos de crédito oficiais (Banco do Brasil e Banco da Amazônia) e privados. Em função da posição e da lógica geopolítica, as duas cidades se transformaram em capitais regionais. São, certamente, exemplos capitalistas da expansão da fronteira agrícola brasileira.

(...)
A exploração madeireira também representa importante atividade econômica na região, em particular nas áreas de expansão agrícola e desmatamento. Por exemplo, o extremo norte de Mato Grosso, outra área de colonização também muito recente, tendo como principais pólos Guarantã do Norte e Alta Floresta. Ali predominam a exploração madeireira e a conversão de floresta em pasto. Segundo estudos do Imazon (LENTINI et al., 2003), há cerca de cem empresas madeireiras operando nessa porção da BR-163. A região possui grande vocação madeireira."
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