quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Conflito na Resex Renascer (PA) se intensifica e violência cresce

Ataques com armas de fogo, agressões físicas e incêndio nas residências dos comunitários têm sido recorrentes. Desde o início do ano, moradores divulgam manifestos denunciando a situação e exigindo providências do governo federal.

Em continuidade às manifestações iniciadas no final do ano passado, quando moradores da Resex Renascer no município de Prainha (Pará), acamparam nos limites da reserva para (
impedir a saída de balsas carregadas de madeira provenientes de extração ilegal), o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (antigo Conselho Nacional dos Seringueiros, CNS) e o Conselho Popular da Região do Uruará, divulgam cartas de denúncia da situação local, que agora inclui ataques aos moradores com armas de fogo e incêndios em residências. Criado em 2006, o Conselho Popular da Região do Uruará luta pelo fim da retirada ilegal de madeira, e une moradores das comunidades da Resex Renascer e do entorno.

Os conselhos exigem a presença da Polícia Federal e Polícia Militar no local para impedir um massacre contra os comunitários. Em 8 de janeiro último, os comunitários se reuniram em Prainha, com representantes da Casa Civil, Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA-PA), ICMBio e Polícia Militar, na qual mais uma vez se confirmou a ilegalidade de todos os planos de manejo de extração florestal em curso na Resex.

Para resolver o conflito, foram recomendadas a intensificação e agilidade nas atividades de fiscalização, a serem implementadas pela Polícia Militar. De acordo com informações prestadas por moradores da Resex na semana passada, um reunião de caráter mais operacional será realizada em Belém, com a presença da governadora Ana Julia Carepa, do prefeito e vice-prefeito de Prainha, SEMA (PA) e lideranças comunitárias.

Manifesto divulgado pelo Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), faz denúncias mais amplas em relação à dramática situação das comunidades extrativistas das Resex do Estado do Pará, devido à ausência de acesso às políticas públicas e à programas próprios que reconheçam suas particularidades. O texto lembra ainda que essa situação contribui para aumentar a desigualdade socioambiental e a fragilidade da lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Também o Conselho Popular da Região do Uruará (Prainha-PA) divulgou texto denunciando a situação.

Leia aqui o
documento do Conselho Nacional das Populações Extrativistas e o documento do Conselho Popular da Região do Uruará.

Fonte: ISA, Instituto Socioambiental.
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1 comentários:

Marquinho disse...

Companheir@s, este é o tal "Programa Pau no Campo" da Ana Júlia. Não esperem ouitra coisa do estado que é o recordista em mortes no campo e trabalho escravo.
Quanto aos acampados, é muito inocente da parte deles pedir a presença da PM, pois todos sabemos de que lado ela está.
As conquistas se constrõem nas lutas e não vamos consegui-las esperando por governos.
Só a união campo-cidade pode acabar com isso.
Marquinho Mota