sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Estudo apresenta riscos associados ao dendê na Amazônia

Novo relatório divulgado pelo Centro de Monitoramento de Agrocombustíveis (CMA) da Repórter Brasil apresenta panorama relacionado ao plantio do dendê e também traz depoimentos de movimentos sociais envolvidos com a questão

Lançado em dezembro de 2004 com o objetivo de alavancar as energias renováveis no Brasil e ao mesmo tempo criar uma nova alternativa produtiva e de inclusão social da agricultura familiar, o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) completa seis anos tendo incluído apenas metade das 200 mil famílias previstas nas metas iniciais.´

Depois de uma traumatizante experiência com a Brasil Ecodiesel nos primeiros quatro anos do PNPB, a entrada da Petrobras no mercado do biodiesel, com duas usinas no Nordeste e uma em Minas Gerais, deu um novo impulso à participação de pequenos agricultores nessas regiões.

Mesmo assim, as matérias-primas produzidas pela agricultura familiar ainda são parte irrisória da composição do biodiesel em termos nacionais.

Nos estados da Região Nordeste, produtores ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) avaliam positivamente as parcerias com a Petrobras, mas a participação da estatal do setor energético na cadeia produtiva, limitada ao fornecimento de matéria prima, ainda é uma das principais críticas ao PNPB. No Sul, onde a empresa ainda não tem uma presença mais forte, é a auto-organização dos pequenos agricultores (principalmente produtores de soja) que está alavancando a sua participação na produção de biodiesel a partir de negociações com usinas do setor.

Já no Norte, o governo está criando um novo projeto de produção de dendê com participação da agricultura familiar que deve enfrentar grandes desafios. Apesar dos esforços para criar mecanismos que imprimam um caráter de sustentabilidade social e ambiental à cultura, problemas como concentração fundiária, expulsão de famílias de suas terras, violações de direitos trabalhistas e desmatamentos já marcam projetos de dendeicultura no Pará, principal estado produtor do país.

Estes são os principais temas do novo estudo do Centro de Monitoramento de Agrocombustíveis da Repórter Brasil, que lança nesta quinta-feira o relatório "A agricultura familiar e o programa nacional de biodiesel - retrato do presente, perspectivas de futuro". O documento busca fazer uma radiografia dos resultados dos seis primeiros anos do PNPB, alertando para dificuldades que se colocarão ao setor a partir da entrada definitiva na Amazônia, um dos principais focos da preocupação mundial no tocante aos impactos dos agrocombustíveis.

Confira a íntegra do estudo
A agricultura familiar e o programa nacional de biodiesel (PNPB)

Fonte: Repórter Brasil
Comentários
3 Comentários

3 comentários:

Arnaldo José disse...

Aqui e minas a usina está produzindo biodisel, porém não utiliza a mamona comprada dos camponeses, eSsta está estocada e vendida para a indústria da comércio por um valor 3 vez maior que o pago pela petrobras aos camponeses... ISSO Q É UM PAÍS DE TODOS ! ! ! !

Arnaldo José disse...

corrigindo... a mamona está sendo vendida para indústria de COSMÉTICOS"...

Anônimo disse...

isso demonstra a falta de compromisso dos agricultores familiares com o país. ao inves de ajudar o "projeto" do biodiesel a deslanchar e dar certo, vendem toda a produção para a indústria de cosméticos só pq eles pagam mais...(3 x mais)...trocam a sua história de luta e de movimento por dinheiro...

por onde anda o espírito socialista desses falsos patriotas?
depois querem que lula dê bolsa família prá eles.