Com delegações de todos os estados do país e representações de
mais de vinte países teve início na noite desta sexta-feira, 27 de abril, o I
Congresso da Central Sindical e Popular Conlutas, em Sumaré, interior
do estado de São Paulo.
Com
um público de mais de 2.000 participantes, entre delegados e convidados, o Congresso
tem como tema “Avançar na Organização de Base”.
Na mesa de abertura, foram
realizadas saudações das forças políticas que constroem a Central e ainda
pronunciamentos do Cabo Benevenuto Daciolo, liderança dos bombeiros do Rio de
Janeiro e injustamente demitido pelo governo Cabral após a greve da
categoria no início do ano. Em sua fala, Daciolo reconheceu os estudantes da
ANEL no plenário e os conclamou a gritarem a palavra-de-ordem que ele havia
ouvido no congresso da entidade, em 2011. “Não sou capacho do governo Federal,
sou estudante livre da Assembleia Nacional”, responderam os estudantes, em
uníssono.
Em seguida veio a fala da indígena Kaiowá-Guarani da região de Dourados,
no Mato Grosso do Sul, que denunciou a violência cometida contra seu povo e a
luta na defesa das terras e da cultura indígena. Dirce Cleron emocionou os
presentes: “Em nossa comunidade somos 70 mil indígenas, estou aqui para dizer
‘nós existimos’”, afirmou. “Os kaiowás, os guaranis, existem”, afirmou
enfaticamente, denunciando o governo que se esquece dos indígenas. Dirce
teve seu pai assassinado em uma disputa por terra no Mato Grosso, e reclama do
pouco caso das autoridades. “Enquanto olhava o caixão do meu pai, me lembrava
que eles só vem aqui para as eleições, e depois não aparecem mais”. A
representante indígena afirmou que, para o governo, “nós não temos nenhum
valor, quem tem valor lá é gado”.
Camilo Pinto, liderança do movimento estudantil chileno saudou os
presentes e uma dirigente sindical egípcia, Fatma Ramadan, falou
sobre a importância da classe trabalhadora na derrubada do regime de Mubarak.
“Do ano 2000 até a queda de Mubarak, em 25 de janeiro de 2011, os trabalhadores
egípcios fizeram mais de três mil greves”, relatou.
Estão
confirmadas as presenças da
presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri (AC), Derci Teles, e
o representante dos trabalhadores rurais de Brasiléia (AC), Osmarino Amâncio. Considerados
sucessores de Chico Mendes, os dois explicarão como se dá a luta no norte do
país em defesa da Amazônia na perspectiva de integração das mobilizações rurais
e urbanas. Outra presença aguardada pelos
delegados ao congresso da Central é a dos trabalhadores da construção pesada da
Comperj, Suape (PE) e Belo Monte, envolvidos nas recentes greves que chamaram a
atenção do país, tal o grau de exploração e péssimas condições de trabalho as
quais são submetidos.
Compõem
as delegações bancários,
servidores públicos federais, estaduais e municipais, metalúrgicos, operários
da construção civil, professores, estudantes, trabalhadores sem teto, trabalhadores
rurais, comerciários, professores, metroviários, organizações que lutam contra
as opressões – negros, mulheres e homossexuais – e representantes de diversas
categorias. Todos foram eleitos delegados em assembleias de base para representar
centenas de milhares de trabalhadores brasileiros.
Durante
o Congresso, além da realização de grupos de trabalho (GT’s), serão apresentadas
teses e votado um calendário de lutas para o próximo período.
Encontro de Mulheres, 1° de maio e Reunião Internacional
Nessa sexta-feira, ocorreu também o Encontro Nacional de Mulheres da CSP-Conlutas. O Encontro discutiu a importância da organização de base para as mulheres trabalhadoras e reuniu 500 militantes que aprovaram uma carta que será veiculada nos instrumentos de comunicação da Central.
Nessa sexta-feira, ocorreu também o Encontro Nacional de Mulheres da CSP-Conlutas. O Encontro discutiu a importância da organização de base para as mulheres trabalhadoras e reuniu 500 militantes que aprovaram uma carta que será veiculada nos instrumentos de comunicação da Central.
Fatma Ramadan |
Nos dias 2 e 3 de maio, ocorrerá uma Reunião Internacional da CSP-Conlutas. No encontro está prevista a participação de aproximadamente 80 ativistas e dirigentes que representarão 25 países. Todos os participantes estão envolvidos em mobilizações ao redor do mundo, entre os quais delegações do Egito, Espanha, Portugal, Grécia, China, Chile, Estados Unidos, Bolívia, África do Sul e Palestina. A reunião será na capital São Paulo.
Transmissão online
O 1º Congresso Nacional da Conlutas poderá ser acompanhado AQUI.
Programação
Dia 27 de abril – sexta-feira
14 horas – abertura do credenciamento
17 horas – Ato solene de abertura do I Congresso da
Central Sindical e Popular – Conlutas
18h. 30min. – Plenária de votação do Regimento interno
20 horas – encerramento dos trabalhos e jantar
21 horas – programação cultural e atividades
auto-gestionadas
Dia 28 de abril – sábado
7 horas – reabertura do credenciamento
9 horas – Homenagem por ocasião do “Dia mundial em
memória das vítimas de acidentes e doenças do trabalho”
9h. 30min. – Plenária de apresentação das Teses
12 horas – intervalo para o almoço
Encerramento do credenciamento dos (as) delegados(as)
titulares e abertura do credenciamento de suplentes
14 horas – Grupos de trabalho (Tema 1: Conjuntura
Nacional e Internacional)
Encerramento do credenciamento de suplentes
16h.30min. – Painel sobre “Organização de Base”
19 horas – Encerramento dos trabalhos e jantar
20 horas – programação cultural e atividades
auto-gestionadas
Dia 29 de abril – domingo
9 horas – Grupos de trabalho (Tema 2: Balanço de
atividades e de organização da Central)
11h.30min. – Plenária (Tema 1)
13 horas – almoço
15 horas – continuidade da Plenária (Tema 1)
16h.30min. – Plenária (Tema 2)
19 horas – Encerramento dos trabalhos e jantar
20 horas – programação cultural e atividades
auto-gestionadas
30 de abril – segunda-feira
9 horas – Grupos de trabalho (Tema 3: Organização de
Base e Plano de Ação)
12h. 30min. – almoço
Encerramento do prazo para apresentação de moções
14h.30 min. – Plenária Estatutária e Direção
16h.30min. – Plenária (Tema 3)
19 horas – Moções
20 horas – Encerramento e jantar
21 horas – atividades culturais e atividades
auto-gestionadas
Dia 1º de maio – terça-feira
7 horas – café da manhã
8 horas – saída para o Ato de 1.º de Maio
10 horas – Ato Nacional pelo “Dia Internacional dos
Trabalhadores e Trabalhadoras”
Concentração na Av. Paulista (MASP) com caminhada e
encerramento na Praça da República
Dias 2 e 3 de maio – quarta e quinta-feira
Reunião Internacional