Ataque pode ser retaliação depois da retomada de duas fazendas pelos indígenas nos últimos dias
Na noite de ontem (2/12), entre 21h e 22h, uma Toyota Hilux preta parou na estrada próxima à área onde cerca de 100 indígenas Gamela estavam acampados, na zona rural do município de Viana, Maranhão, a 220 quilômetros de São Luís. O motorista acendeu os faróis altos em direção aos índios e um atirador efetuou disparos. Não se sabe quantas pessoas participaram do atentado. Depois do ataque, duas viaturas da polícia foram enviadas para o local, onde ficaram até cerca de 2h da manhã. Ninguém ficou ferido.
Testemunhas dizem que a Hilux preta continuou rondando o acampamento indígena na manhã de hoje (3/12). De acordo com informações do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), os Gamela retomaram duas fazendas desde segunda-feira, motivados pela falta de providências da Fundação Nacional do Índio (Funai) para abrir o processo demarcatório da área. Segundo os indígenas, as fazendas ocupadas fazem parte do território tradicional da etnia e são fruto de grilagem.
Hoje à tarde, foi realizada uma reunião para discutir estratégias de proteção aos Gamela, além de pedir apoio ao governo estadual do Maranhão na tentativa de pressionar a Funai a agilizar o processo de demarcação e regularização do território indígena. Participaram da reunião representantes da Secretaria Estadual de Direitos Humanos e Participação Popular, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, da Funai, do Instituto de Colonização e Terras do Maranhão, além do delegado regional da Secretaria de Segurança Pública do Estado. Movimentos sociais foram representados pelo Cimi, pelo Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu e pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).
No sábado de manhã, está agendada uma visita à área ocupada pelos Gamela dos representantes das instituições que participaram da reunião.
Para saber mais, acesse a notícia sobre as retomadas das fazendas pelos Gamela no site do Cimi.
Fonte: ISA