sexta-feira, 12 de agosto de 2011

'Belo Monte é um compromisso do governo federal com empreiteiras e grupos políticos'


Conforme tinha anunciado aqui no blog, segue a entrevista com Dion Monteiro para o Opinião Socialista. ion Monteiro é representante do Movimento Xingu Vivo para Sempre, que luta contra a construção da usina de Belo Monte. É economista do Instituto Amazônia Solidária e Sustentável (IAMAS) e mestre em Planejamento de do Desenvolvimento pela UFPA. Nesta entrevista, Monteiro explica as conseqüências da usina para o meio ambiente e as comunidades indígenas e ribeirinhas, e revela os verdadeiros interesses por trás do projeto.

Willian Pessoa da Mota, de Belém (PA)

Portal do PSTU: Quais os principais impactos sociais, econômicos e ambientais da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte?
Dion Monteiro: São diversos os impactos de Belo Monte, porém dois se destacam. O primeiro deles refere-se à afirmação do governo federal de que aproximadamente 100 mil pessoas migrarão para a região a procura de emprego. Alguns especialistas, a partir de outras experiências, falam que este número será de no mínimo 150 mil pessoas. A Eletrobrás observa no EIA/RIMA que aproximadamente 40 mil postos de trabalho serão gerados, entre diretos e indiretos, ou seja, nas contas do próprio governo aproximadamente 60 mil pessoas migrarão para a região de Altamira e não terão emprego em nenhum momento, juntando-se aos milhares de desempregados que já existem no local, aumentando o desemprego e o caos social.

A outra situação de grande impacto esta relacionada à construção da barragem principal da usina de Belo Monte, pois com esse barramento, uma área de aproximadamente 100 km do rio Xingu terá a sua vazão de água reduzida, restando aproximadamente 20% daquilo que corre hoje. O parecer técnico nº114/2009, assinado por seis analistas ambientais do IBAMA, e um dos documentos base para a emissão da Licença Prévia, foi categórico em afirmar que o estudo encomendado pelo governo “não apresenta informações que concluam acerca da manutenção da biodiversidade, a navegabilidade e as condições de vida das populações do TVR [Trecho de Vazão Reduzida]”.

Leia toda a entrevista aqui
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