Em um parecer
da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nìvel Superior (Capes),
órgão do governo federal vinculado ao Ministério da Educação, é afirmado que o
método dialético-materialista histórico não é científico. A afirmação
justificou a rejeição do projeto “Crise do capital e fundo público:
implicações para o trabalho, os direitos e as políticas sociais” de professores
de Serviço Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade de
Brasília e Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Nos itens avaliados do projeto é
justificado pelo parecerista quanto ao “Mérito técnico-científico”: o “Projeto
afirma basear-se no método marxista histórico-dialética. Julgo q a utilização
deste método não garante os requisitos necessários para que se alcance os objetivos
do método cient´fico” (redação do parecerista).
Quanto à “Relevância e
originalidade da proposta”, é apresentada a seguinte observação: “Considerando
a metodologia a ser empregada - cujos requisitos científicos não tem
unanimidade - a proposta pode ser considerada pouco relevante.”
Já em relação
ao item “Formação e aperfeiçoamento de recursos humanos” é observado que “a
formação proposta estaria no âmbito do método marxista histórico-dialetico,
cuja contribuição 'a ciencia brasileira parece duvidosa (erros ortográficos no documento
original).
O projeto foi apresentado
por um grupo que reúne três instituições de ensino superior públicas (UnB, UERJ
e UFRN), 19 docentes pesquisadores, nove doutorandos/as, 15 mestrandos/as e 27
discentes da graduação. Além da suposta ausência de cientificidade no
trabalho apresentado, o grupo teria sido excluído porque haviam também
participado de um outro projeto com duração prevista de quatro anos, embora
esse impedimento não constasse no edital.
No dia 30 de maio o grupo de pesquisadores
impetrou recurso contra e decisão e encaminhou cópia ao presidente do CAPES. O documento pode ser
lido na íntegra AQUI.
O Conselho Regional de Serviço Social
do Rio de Janeiro, a Sociedade Brasileira de Economia Política e o Sindicato
Nacional dos Docentes de Ensino Superior (Andes) já manifestaram repúdio ao
parecer da Capes.
*Com as principais informações do CRESS do Estado do
Rio de Janeiro.