sexta-feira, 23 de maio de 2008

Eles são todos iguais...


"Em Belém, o PT na encruzilhada

Jáder Barbalho cobra reciprocidade ao apoio que elegeu a governadora Ana Júlia Carepa

Raphael Bruno
Brasília

As incertezas dominam o cenário eleitoral de Belém em 2008. O atual prefeito, Duciomar Costa (PTB), tentará a reeleição. Mas o poderoso deputado Jáder Barbalho já lançou o nome do primo e ex-deputado José Priante (PMDB). E cobra apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da governadora petista Ana Júlia Carepa.


O PT paraense está diante de uma encruzilhada. De um lado, Barbalho cobra do partido apoio ao nome de Priante. A articulação do deputado gera resistências na militância petista, adversária histórica de Barbalho, mas que, nos últimos anos, tem sido obrigada a baixar o tom devido à aliança nacional e estadual entre o político e os governos petistas. Na esfera federal, o PMDB é o grande aliado do PT. Na estadual, ocupa duas secretarias de peso, além da direção do Departamento de Trânsito.

Líderes locais da legenda garantem que não existe pressão alguma de Lula para que o PT apoie Priante. O partido promete lançar o nome de Mário Cardoso, secretário de Educação de Ana Júlia.

Fraturas à vista
Mas, se concretizado, o lançamento da candidatura petista não será feito sem fraturas. Por um lado, Duciomar também pressiona o PT para que o partido continue na base de seu governo e apoie sua reeleição. O petebista ainda tenta, também, negociar com o PMDB. Por outro, o líder disparado nas pesquisas de intenção de voto até o momento é o ex-prefeito Edmilson Rodrigues, militante histórico do PT local, hoje no PSOL.

O ex-prefeito ainda não confirmou sua candidatura. Sabe que, apesar das lideranças nas pesquisas, terá que fazer uma campanha praticamente sem dinheiro e tempo de televisão. O partido, recém-nascido, conta hoje somente com uma vereadora na Assembléia de Belém. Além destes obstáculos, Rodrigues teria que abrir mão de curso de doutorado que faz em São Paulo.

O psolista administrou a prefeitura de Belém de 1997 a 2004. Suas gestões são sucesso de avaliação pela população local, o que coloca o PT numa situação delicada. Se o partido decidir não lançar Mário Cardoso e apoiar Duciomar ou Priante, corre o sério risco de ver sua militância mais aguerrida se recusar a seguir a orientação da direção e apoiar Rodrigues. Se lançar Cardoso e o PSOL confirmar candidatura, o petista fica praticamente sem espaço para crescer. Quase todo o campo das esquerdas deve embarcar com o ex-prefeito.

Correndo por fora da turbulência, aparecem ainda bem cotados em sondagens de intenção de voto a ex-vice-governadora Valéria Pires Franco (DEM) e o ex-governador Simão Jatene (PSDB)'.

Fonte: Jornal do Brasil, 04/05/2008
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