terça-feira, 24 de novembro de 2009

Arapiuns e o “temor” das elites regionais

Por Edilberto Sena*

A elite, político-econômica de Santarém e da região, está incomodada. Sua maneira fácil da enriquecer à revelia das leis e dominar a sociedade está sendo desmascarada e aí, utiliza seus acólitos para criminalizar os que tentam perturbar sua vida cômoda. Desta vez são os moradores do Alto Arapiuns que recebem a irada reação da elite regional.

Para isso, são utilizados certos meios de comunicação e certos auto-arvorados antropólogos para forjar a criminalização. Ignoram intencionalmente, ou por desconhecimento mínimo das leis brasileiras, e passam a acusar os moradores do Alto rio Arapiuns de vândalos e mentirosos. O Conselho Diocesano de Pastoral da Diocese de Santarém, dentro de sua função evangélica, assume a defesa dos acusados, em nome da justiça e da verdade.

Começa a carta aberta com uma declaração das Nações Unidas sobre os direitos dos povos indígenas que diz o seguinte – “os povos indígenas têm o direito de determinar sua própria identidade ou pertencimento étnico, conforme seus costumes e tradições. Isso não impede das pessoas indígenas em obter a cidadania dos Estado em que vivem”.

Portanto, não é qualquer dito pesquisador que tem autoridade para classificar tal grupo de ser ou não indígena. Quem tem autoridade para isso são os profissionais gabaritados que respeitam as leis.

Por isso, a carta aberta da Diocese conclui dizendo que: “Frei Florêncio, franciscano, é filho da região e doutor em antropologia e sociologia e, portanto, tem mais elementos do que alguns investigadores de plantão, para fazer uma análise antropológica dos povos da região”. Com isso, a sociedade é alertada para não se deixar enganar pela falsa propaganda da elite política econômica, que está incomodada por quem busca seus direitos e não aceita mais ser explorado e inocente útil.

O que hoje ocorre no Oeste do Pará, certamente está ocorrendo em toda a Amazônia. As elites não aceitam que os povos exijam seus direitos. Daí a quebra de braços.

*Pároco diocesano e Coordenador da Rádio Rural AM de Santarém. Editorial de 23.11.09

Leia ainda:
Carta aberta sobre os acontecimentos no Rio Arapiuns (Carta da Diocese de Santarém)
Comentários
1 Comentários

1 comentários:

Anônimo disse...

Se é direito de alguém se auto afirmar alguma coisa, é direito da outra parte exigir que comprove isso e tb é direito defender sua propriedade. Existem pessoas ali que pagaram para ter uma propriedade, tem registrado isso no Registro de Imóveis. Isso tb é um direito. Se existem índios naquela área, que se prove isso. E com certeza se não é o pesquisador que vcs falam na matéria, tb não é um frei ou diácomo, ou coisa parecida que deveria estar mais preocupado com a igreja e evangelização do que com as terras dali. E se ficar comprovado que são índios, que se dê terras a eles, isso é correto. Agora que se respeito o direito adquirido tb de pessoas que tem suas terras registradas. Tem terra pra todo mundo, pra todos os BRASILEIROS que ali moram!