
Uma frota formada por 6 navios de diversas organizações internacionais de ajuda humanitária e de direitos humanos tentava furar o bloqueio imposto por Israel e pelos Estado Unidos à Faixa de Gaza desde o cessar fogo de janeiro de 2009. Eram transportadas mais de 10 mil toneladas de alimentos, além de remédios, cadeiras de rodas e pré-moldados para construção de moradias.
“Gaza Free: Break the Siege of Gaza”
Estariam nas embarcações 750 pessoas de diversas nacionalidades. O principal navio da frota tinha bandeira da Turquia, país que apoiou o ato de solidariedade e que formaria a maior parte da comitiva. A frota de seis embarcações havia deixado as águas internacionais próximo à costa do Chipre no domingo (30) e pretendia chegar a Gaza nesta segunda-feira (31).
Na madrugada, por via área e por mar, a marinha de Israel invadiu as embarcações. Ativistas gritaram que estavam em águas internacionais, informações que agora a pouco foi confirmada pelo porta-voz do Exército israelense, general Avi Benayahu em nota pública.Israel havia dito que bloquearia a passagem dos barcos e classificou a campanha de "uma provocação com o intuito de deslegitimar Israel". Oficialmente e até o momento, foi divulgada a morte de 10 ativistas, mas um canal israelense comunicou agora a pouco que o número é no mínio de 19 mortos.
Repercussão

O Ministério de Assuntos Exteriores da Grécia iniciou um mecanismo de gestão de emergência com um telefone à disposição dos familiares dos gregos que estão na "Frota da Liberdade", pois três dos navios que a compõem procedem deste país. Yanis Maistros, porta-voz em Atenas da seção grega da iniciativa, declarou que "cinco navios foram sequestrados"; e que "receberam disparos a partir de lanchas e helicópteros israelenses quando estavam navegando em águas internacionais, próximas ao litoral israelense".
Países europeus como a Alemanha condenaram a “reação desproporcional”, num claro joguete de palavras de apoio à ação militar. De acordo com a AFP, a União Europeia pediu um inquérito sobre o “incidente” e os palestinos pediram uma reunião urgente na ONU. O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, condenou o ataque, classificando-o de “massacre”.
Cobertura
Pelo menos dois canais de televisão estavam a bordo de um dos navios. Na Turquia, um canal local mostrou ao vivo e por mais de uma hora a invasão do barco pelos israelenses. Canais ocidentais imediatamente pegaram uma imagem de uma possível reação de um passageiro para reforçar a tese de Israel teria agido em “legítima defesa”.
As imagens mostram algumas pessoas, aparentemente feridas, deitadas no chão. O som de tiros pode ser ouvido.
A TV árabe Al-Jazeera relatou, da mesma embarcação, que as forças da Marinha israelense embarcaram atirando, ferindo o capitão.
Brasileira a bordo
Entre os ativistas a bordo de um dos navios estaria a brasileira Iara Lee. A informação foi passada ao Itamarati pela professora Arlene Elizabeth Clemesha que é Diretora do Centro de Estudos Árabes da Universidade de São Paulo e Membro do Instituto da Cultura Árabe, ICArabe, Brasil.

Iara Lee é brasileira com ascendência coreana e coordena a Ong Caipirinha Foundation.
Conforme o seu perfil na internet, ela atua com projetos que visam garantir a paz com justiça.. Iara está atualmente trabalhando em uma variedade de iniciativas, agrupadas sob a égide da "Culturas de resistência", uma rede de ativistas que reúne artistas de todo o mundo. No centro dessas iniciativas é um documentário longa-metragem intitulado culturas de resistência, que explora a arte como ação criativa e contribuir para a prevenção e resolução de conflitos.
*Com informações de Agências Internacionais, blogs, emails e TV Al Jazeera.
Circulando pela internet:
Transmissão ao vivo da invasão dos barcos feita para a Turquia: http://gazafreedommarch.org/
Blog do Tsavkko : Relato da situação em um dos barcos minutos antes da invasão (em português)
Mais sobre Iara Lee: http://www.culturesofresistance.org/iara-lee (em inglês)