segunda-feira, 27 de junho de 2011

Paulo Renato de Souza morreu: a educação agradece

Repressão na UFRJ durante a greve de 2001.
Morreu o ex-ministro da Educação da era FHC, Paulo Renato de Souza. Paulo Renato foi um dos fundadores do PSDB. Foi professor e reitor da Unicamp (1987-1991). Economista, foi também diretor do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), organismos multilateral co-responsável por várias políticas de ajustes econômicos neoliberais em toda a América Latina. 

Responsável por implantar inúmeras políticas neoliberais na educação brasileira, Paulo Renato está longe ser o “melhor ministro da educação da história”, como afirmou o ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB) ou um homem público com “relevantes serviços ao País” como afirmou a presidente Dilma Roussef em nota.

Instrumentos como o “Provão” e o Enem (Exame do Ensino Médio); reformas curriculares que quase acabaram com o ensino técnico no país; paralisação na expansão de vagas no ensino público federal superior e grande expansão do ensino privado; suspensão de concursos públicos para professores; retirada de verbas para assistência estudantil; instalação de incubadoras tecnológicas e parcerias público-privadas no interior das universidades; foram marcas na gestão de Paulo Renato à frente do MEC (1995-2002).

Derrota política
Em 2001, na greve das 52 instituições de ensino superior existentes até então, Paulo Renato adotou um estilo truculento que faria escola anos mais tarde no governo Lula. Cortou por mais de sessenta dias o salário de professores que acabaram conseguindo liminarmente e nos últimos dias de greve, o pagamento dos salários. Com o descumprimento da decisão, Paulo Renato de Souza entrou com um hábeas corpus preventivo, pois havia sérios riscos de sua prisão ser decretada pelo STF. 

O ministro que sonhara em disputar um grande cargo político (falava-se na época que ele era inclusive um presidenciável) foi derrotado pela maior greve de professores, técnico-administrativos e estudantes que as universidades federais tinham vivenciado até então.
Apesar disto, suas medidas de privatização da educação, não só foram mantidas como aprofundadas nos oito anos de governo Lula e agora no governo Dilma. Não é à toa, portanto, que figuras do PT venham a público lamentar a “perda” de Paulo Renato. 

Protesto contra Paulo Renato de Souza na Greve de 2001 (Centro de Convenções de Fortaleza)

Por isto, a palavra de ordem puxada durante a greve de 2001 deve ser lembrada agora que a mídia e os políticos da direita e neo-direita tanto saúdam o ex-ministro: “Educação de fato, Fora Paulo Renato!”
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