quarta-feira, 18 de junho de 2008

Pesquisa sobre movimentos chega a resultados contraditórios

O jornal O Globo divulgou reportagem de Soraya Aggege, no domingo (15/06), com o resultado de pesquisa de opinião sobre os movimentos sociais do campo - MST, Via Campesina, MAB (Movimentos dos Atingidos por Barragens), movimentos de quilombolas e CPT (Comissão Pastoral da Terra).

A pesquisa realizada pelo Ibope foi encomendada pela empresa mineradora Vale, que é alvo de protestos dos movimentos sociais, em função dos impactos sociais negativos causados causados por sua atuação nos estados de Minas Gerais, Pará, Maranhão e Rio de Janeiro.

A pesquisa aponta que 46% são favoráveis ao MST, enquanto 50% são desfavoráveis. Entre as palavras que descrevem o MST, 27% é “coragem”, 24%, Reforma Agrária; 21%, organização da sociedade; e 21%, justiça e 21%, igualdade social.

65% dos entrevistados manifestaram afinidade com o MST, embora 31% tenham declarado não concordar com o Movimento. Ao mesmo tempo, 45% dos pesquisados associam MST à violência, 61% a prejuízos à economia e 28% não concordam com seus objetivos.Mas além disso, a pesquisa mostra que 40% acreditam que os fazendeiros não aceitam negociação com os Sem Terra e reagem às ocupações utilizando métodos próprios (com a ação de jagunços, pistoleiros e outros), sem amparo judicial.

Dos entrevistados pela pesquisa, 90% afirmam receber informações sobre os movimentos sociais por meio da televisão, outros 34% pelos jornais; 24% por rádio; 18% pela internet; 8% por revista."A pesquisa demonstra apoio da sociedade e do povo brasileiro ao MST, com 46% de aprovação à nossa luta.

No entanto, a pesquisa apresenta resultados contraditórios, que atestam o bombardeio de notícias e caracterizações distorcidas dos movimentos sociais pela mídia. Logo, a pesquisa serve muito mais para condenar a mídia pela cobertura limitada e parcial do que a atuação dos movimentos sociais do nosso país", afirma nota do MST.

As entrevistas com 2.100 pessoas maiores de 16 anos, em metrópoles, cidades e regiões do interior de vários estados, foram feitas entre 26 de abril e 6 de maio deste ano."A pesquisa acaba por revelar um nível elevado de afinidade e favorabilidade da população para com os movimentos sociais ainda mais relevantes quando se consideram as circunstâncias desfavoráveis que têm para se fazerem conhecidos", analisa o professor Carlos Walter Porto-Gonçalves, doutor em geografia pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) é professor da pós-graduação da UFF (Universidade Federal Fluminense).

Fonte: MST
Leia mais em http://www.mst.org.br/mst/pagina.php?cd=5495
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