sexta-feira, 11 de julho de 2008

Conlutas: Delegações internacionais chamaram atenção no Congresso

Os observadores internacionais presentes no I Congresso da Conlutas não passaram despercebidos. Na banca do ELAC (Encontro Latino-Americano e Caribenho) sempre era possível encontrar sovines como vodca russa, camisas paraguaias e artesanato boliviano.

Militante histórica da esquerda no Uruguai, Irma Leite foi uma das convidadas do I Congresso Nacional da Conlutas e do ELAC. Crítica ferrenha do imperialismo americano e, por tabela, do sistema capitalista, Irmã é autora de um livro fundamental sobre a história das mulheres na ditadura do Uruguai. A obra foi lançada durante o Congresso.

Os encontros com categorias do Brasil também foram marcantes. A representação da COB (Central Operária Boliviana) realizou reuniões com trabalhadores da Vale e discutiram questões como precarização do trabalho e previdência. Além disto, as tentativas de interferência dos governos Lula e Morales nos movimentos sindicais são comuns nos dois países.


Enquanto isso, trabalhadores metalúrgicos do Brasil e da Alemanha também debatiam ações conjuntas. Uma delegação composta por oito trabalhadores da fábrica da Volkswagen de Hannover, na Alemanha, e representantes dos trabalhadores das fábricas da GM de Gravataí/RS e de São José dos Campos/SP, da Ford de Camaçari/BA, da oposição da Volks de São Bernardo do Campo e Taubaté compartilharam de suas lutas, desafios, conquistas e começaram a construir um combate conjunto à exploração comum.

Já o dirigente Orlando Chirino, petroleiro venezuelano, coordenador do UNT (União Nacional dos Trabalhadores) realizou reuniões com petroleiros brasileiros. Chirino também proferiu um painel paralelo em que se debateu a situação venezuelana e deu detalhes sobre a sua demissão da PDVSA, por interferência direta de Chávez. O debate foi a primeira parte da recepção à delegação venezuelana, que continuou no final da noite com a realização de uma festa caribenha.


Na Suécia, os congressos sindicais ocorrem a portas fechadas, são eventos para somente 300, 400 dirigentes. A oportunidade de ver esses mais de três mil trabalhadores debatendo suas lutas em um espaço democrático é única”, elogia Bilbo Göransson, sindicalista vindo de Estocolmo, na Suécia.

A saudação da Delegação Internacional foi feita por Didier Dominique do grupo Batay Ouvriye, Haiti. No início de sua fala Didier lamentou que muitos trabalhadores e camponeses haitianos foram impedidos de viajar por não fornecimento de visto, mesmos com pedidos antecipados há 3 meses. O mesmo relatou que na 2ª visita de Lula o presidente não recebeu o mesmo tratamento da primeira. Enquanto na primeira visita Lula foi recebido com uma grande comoção popular, fruto da presença da Seleção Brasileira, na visita realizada em março deste ano Lula teve que se encontrar às pressas com o presidente haitiano e antecipar o retorno ao Brasil sob ameaça dos protestos que cercavam o local. O Brasil lidera tropas da ONU no país caribenho.

Os observadores internacionais acompanharam o Congresso com fones para tradução simultânea para o espanhol e o inglês. Estiveram presentes representações da Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, El Salvador, Costa Rica, Haiti, México, Estados Unidos, Canadá, África do Sul, Portugal, Espanha, França, Suíça, Suécia, Alemanha, Irlanda e Rússia.
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