terça-feira, 29 de julho de 2008

Novos nomes, velhas promessas, mesmas intenções!

Por Edilberto Sena*

Os nomes dos novos planos de governo para a Amazônia são sugestivos. Antes era Plano Br-163 Sustentável, ou Plano Amazônia Sustentável. Agora são outros: Ideflor ou Paof.

Estes mais recentes, variam a nomenclatura, mas o disfarce é o mesmo: os governos tanto o federal quanto o estadual querem dizer que estão presentes na Amazônia e que combatem a grilagem de terras e as outras invasões.

O Ideflor, Instituto de Desenvolvimento Florestal e o Paof, Plano Anual de Outorga Florestal, estão organizando o aluguel das florestas que ainda existem ou que já estão invadidas por madeireiras e fazendeiros. Como palavras tipo aluguel, ou privatização soam muito mal, ficam substituídas por outras mais elegantes.Os governos querem dizer que com os alugueis da floresta por 40 anos impedem a grilagem. E aí contratam engenheiros florestais, funcionários graduados, que ontem eram ligados ao movimento popular, considerados revolucionários e agora, bem pagos, chegam cumprindo um ritual legalista de convocar as populações para audiências públicas de faz de conta, para legitimar no papel, o crime de privatizar as florestas para empresas que têm capital e cobiçam as riquezas da floresta.

É triste conversar com os paus mandados dos governos do Estado e federal. Se nos meios de comunicação e nas audiências públicas afirmando categoricamente que o Ideflor e o Paof são a política pública mais correta para preservar a Amazônia. Dizem que desta forma irão acabar com a grilagem.

Quem vai cuidar da vigilância no cumprimento dos aluguéis, chamados agora de outorga? Quantos fiscais esses órgãos possuem para fiscalizar o uso correto das leis de preservação da floresta sem destruí-la? Se as autoridades querem mesmo acabar com a grilagem e o roubo das riquezas, por que não contratam mil e mais funcionários para cada um dos órgãos responsáveis pela ordem e o respeito pela Amazônia. Para isso não há recursos suficientes e os que são alocados não são utilizados em sua totalidade.

Por isso, as várias audiências e consultas públicas são meras formalidades para legitimar os planos de destruição da Amazônia. Quem for marcar presença nessas audiências públicas, ou tem recursos e cobiça para arrendar florestas, ou é mal informado e será inocente útil num jogo de faz de conta oficial.

*Editorial na Rádio Rural AM de Santarém.
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