sexta-feira, 11 de julho de 2008

“Precisamos de uma Conlutas na China, na Alemanha e nos Estados Unidos”

Em comemoração aos 160 anos do Manifesto do Partido Comunista e 70 anos de fundação da IV Internacional, realizou-se na segunda noite do Congresso da Conlutas o painel “Atualidade do marxismo e da revolução socialista”, com o plenário lotado.
Para falar sobre o tema, o 1º Congresso da Conlutas contou com Valério Arcary, historiador e professor do Cefet-SP, Charles A. Udry, economista suíço e diretor da coleção “Cahiers Livres” e da revista “A Lecontre”, e Ricardo Antunes, professor de Sociologia do Trabalho na Unicamp.

Para o suíço Charles Udry, é preciso colocar o que Marx dizia “na ordem do dia”. Com mais de metade dos trabalhadores e trabalhadoras na informalidade, a atuação sindical também merece ser repensada, na opinião do suíço, e um ponto central é a reapropriação social da terra e dos meios de produção. Udry reforçou ainda a necessidade do internacionalismo da classe trabalhadora e a necessidade da organização autônoma dos trabalhadores nos grandes centros do capitalismo atual: “Precisamos de uma Conlutas nos Estados Unidos, Alemana e China”, declarou sob aplausos da platéia.

Ricardo Antunes reforçou a necessidade de organização dos “novos trabalhadores”. “Hoje em dia há uma política de individualização da classe trabalhadora, às vezes, colocando um contra o outro. Como resgatar o sentido de pertencimento de classe? Temos que criar novos mecanismos capazes de juntar todos. Nesse espaço está a Conlutas”, defendeu. Chamou ainda para necessidade de unidade frente aos ataques dos patrões e governos, reforçando a necessidade de lutas unificadas com a Intersindical e o MST.

Segundo Valério Arcary, o capitalismo não consegue garantir emprego a todos. “As garantias históricas do trabalhador estão ameaçadas, ou lutamos pelo socialismo, ou sucumbiremos”. Valério encerrou o painel alertando que todas as conquistas da classe trabalhadora no capitalismo, apesar de muito importantes, são efêmeras. Reforçou a necessidade da transformação social como horizonte histórico e as reformas e lutas sindicais como escolas para aprendizado da classe trabalhadora.
Comentários
0 Comentários

0 comentários: