Numa “análise” pequena e surpreendente,
o Partido da Causa Operária (PCO) divulgou em seu sítio um “duro balanço” da
derrota da seleção brasileira de futebol na Copa do Mundo que ocorre no Brasil.
Para o PCO, os 7 gols aplicados pela Alemanha na semifinal ocorrida em Belo Horizonte não se deve a superioridade do time germânico, aos erros táticos dos brasileiros ou a qualquer “apagão”.
Num texto intitulado "Eles" conseguiram... e agora?”, assinado pelo candidato à Presidência da República, Rui Costa Pimenta, uma “tese” conspiratória de dimensões surreais vem à tona.
A vexatória derrota foi explicada como algo preparado pela "direita nacional organizada pelo imperialismo, pelos monopólios capitalistas do esporte, pela imprensa “nacional” (vendida para o capital estrangeiro) e, inclusive pela esquerda pequeno-burguesa que trabalha a serviço da direita como o Psol, o PSTU e outros grupos menores do mesmo quilate."
A "conspiração" teria atingido em cheio os jogadores, que foram poupados de qualquer crítica, já que segundo o texto, representam “o retrato do povo brasileiro e da classe trabalhadora da qual vieram: são grandes jogadores, lutaram muito contra tudo e contra todos e foram esmagados e humilhados”.
Veja abaixo o texto na íntegra:
“A derrota esmagadora da seleção
brasileira aconteceu muito tempo antes deste fatídico 8 de julho no Mineirão.
Foi preparada pela direita nacional
organizada pelo imperialismo, pelos monopólios capitalistas do esporte, pela
imprensa “nacional” (vendida para o capital estrangeiro) e, inclusive pela
esquerda pequeno-burguesa que trabalha a serviço da direita como o Psol, o PSTU
e outros grupos menores do mesmo quilate.
Acuaram os brasileiros para não torcer
pelo Brasil, buscaram de todos os meios desestabilizar o time brasileiro.
A seleção foi derrotada pela política, mais
precisamente pela pressão política.
Os jogadores brasileiros, todos muito jovens,
provavelmente a seleção mais jovem que o Brasil já teve fez o que pode, não
pode ser culpada de nada. Foi perseguida pela imprensa, caçada em campo, teve
que lutar contra os juízes e todas as tramoias obscuras e não conseguiu.
Tiraram da Copa o seu melhor jogador com o apoio cínico da imprensa.
Desarticularam o time e a seleção verdeamarela lutou como pode até o gol de
honra contra a Alemanha no final do jogo. São o retrato do povo brasileiro e da
classe trabalhadora da qual vieram: são grandes jogadores, lutaram muito contra
tudo e contra todos e foram esmagados e humilhados.
O povo brasileiro que torceu pela seleção
brasileira com todo o coração está sofrendo desta mesma humilhação.
Há os chacais, como a direita, que quer agora
tirar proveito desta humilhação e desmoralização. Há os pequeno-burgueses de
esquerda e de direita que vão festejar a tristeza do povo e a sua humilhação. É
o seu ofício, por isso, merecem o justo desprezo do povo. O ódio é reservado à
burguesia.
As apostas foram feitas. O jogo bruto de sempre,
dentro e fora do campo, atropelou o Brasil, seu futebol e seu povo. Os que
esperam ganhar têm que aguardar a reação real do povo a toda a operação
política que conduziu o Brasil e seu futebol a um desastre ainda maior do que o
de 1950 no Maracanã.
Aos jogadores e ao povo, nossa saudação.