Órgão
também recomendou fiscalização na área do assentamento. Moradores de Corta Corda cobram georreferenciamento de área.
O
PA Corta Corda: área criada em amarelo. Área demarcada pelo Incra em vermelho.
O resto, nas mãos de grileiros e madeireiras. Mapa: Maurício Torres
|
O Ministério Público Federal
(MPF) recomendou à presidência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra) que realize a demarcação da área e organização espacial do
projeto de assentamento da comunidade da comunidade Corta Corda, em Santarém,
oeste do Pará.
O MPF também recomendou a
fiscalização na área do assentamento para verificar se os lotes estão sendo
regularmente ocupados por beneficiários do programa de reforma agrária.
O Projeto de Assentamento
Corta Corda foi criado em novembro de 1997 para assentar 468 famílias e,
atualmente, já conta com aproximadamente 700 famílias. Mas, segundo o MPF, há
registro de irregularidades desde a instalação do assentamento, como a identificação
de um número significativo de pessoas que ocupam uma área do projeto, negociam
as madeiras presentes nos lotes e depois abandonam a terra.
De acordo com o MPF, os
assentados estão em situação de abandono, com estrada de acesso comprometida,
além da falta de água, escolas, posto de saúde e qualquer tipo de assistência
do Incra. Em contrapartida, conforme informações em apuração pelo MPF, sobram
denúncias de crimes ambientais, de suposta invasão de terras públicas e ameaças
de morte na comunidade Corta Corda.
O procurador da República
Luís de Camões Lima Boaventura, responsável pela recomendação, afirma que a
demora do Incra para a demarcação e reorganização espacial do projeto de
assentamento Corta Corda tem contribuído para a prática de crimes, como a
degradação do meio ambiente. “Ao disponibilizar terra aos assentados, sem
delimitar as áreas, o Incra deu e continua dando tutela a esses usuários para
disporem dos lotes e da área da melhor forma que lhes convier, sem importar se
essa exploração implicará em degradação ambiental”, ressaltou Boaventura.
Após o recebimento oficial
do documento, a presidência do Incra tem um prazo de dez dias para informar a
decisão sobre as recomendações do MPF. O descumprimento das recomendações
implicará a responsabilização jurídica, como a adoção das medidas judiciais e
extrajudiciais cabíveis pelo MPF, inclusive na responsabilização por ato de
improbidade administrativa.
Interdições da PA-370
Nos últimos meses, os manifestos por parte dos assentados de Corta Corda têm sido constantes. Após interdição realizada pelos moradores da comunidade de Corta Corda, na Rodovia PA-370, no dia 1º de julho, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), realizou uma reunião com a Eletronorte e representantes da comunidade na sede do Ministério Público Federal e discutiu as reivindicações. No encontro ficou acordado que uma equipe do órgão iria vistoriar os assentamentos e verificar as necessidades.
Nos últimos meses, os manifestos por parte dos assentados de Corta Corda têm sido constantes. Após interdição realizada pelos moradores da comunidade de Corta Corda, na Rodovia PA-370, no dia 1º de julho, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), realizou uma reunião com a Eletronorte e representantes da comunidade na sede do Ministério Público Federal e discutiu as reivindicações. No encontro ficou acordado que uma equipe do órgão iria vistoriar os assentamentos e verificar as necessidades.
Segundo o presidente da
Associação União Corta Corda, Sancler Viana, até esta terça-feira (22), o Incra
não compareceu à comunidade para cumprir com o acordo. Ainda na terça,
assentados do Corta Corda se uniram aos moradores
da comunidade Castanheira e mais sete comunidades rurais da região da Rodovia
Curuá-Una e interditaram a PA-370, no Km 53.
De acordo com Sancler Viana,
os moradores da comunidade Corta Corda se uniram a eles com as mesmas
reivindicações dos protestos anteriores, para cobrar o georreferenciamento da área
de assentamento, efetivação do Programa ‘Luz para Todos’, resposta sobre a
liberação de R$ 895 mil que seria para a execução de 46 quilômetros de
estradas.
Por telefone, Sancler Viana
informou ao G1 na manhã desta quarta-feira (23), que a comunidade
está aguardando uma visita do Incra.
Incra
Com relação à interdição da Curuá-Una nesta terça-feira, o superintendente do Incra, Luiz Bacelar informou que o Incra não foi acionado formalmente e nem informamelmente.
Com relação à interdição da Curuá-Una nesta terça-feira, o superintendente do Incra, Luiz Bacelar informou que o Incra não foi acionado formalmente e nem informamelmente.
O Incra esclareceu que a
falta de escolas e postos de saúde não são atribuições do órgão; e informou que
aguarda a chegada de um técnico, de outra regional, para visitar o Projeto de
Assentamento Corta Corda e dar prosseguimento à definição do perímetro do
assentamento. Segundo o Incra, a expectativa é que o técnico chegue à Santarém
até sexta-feira (25).
Ainda de acordo com o Incra,
o presidente da Associação União Corta Corda foi recebido na manhã desta
quarta-feira na sede do Incra em Santarém, pelo superintendente regional, que
reafirmou o atendimento da solicitação da comunidade.
Fonte: G1 Santarém
Fonte: G1 Santarém