Os índios Kayapó, da aldeia Piaraçu, divulgaram um comunicado avisando que continuarão resistindo à construção da hidrelétrica de Belo Monte no Rio Xingu, no Pará. É uma reação às declarações do presidente Lula, que classificou como “insana” a atuação dos indígenas, ambientalistas, movimentos sociais e até mesmo do Ministério Público Federal.
Desde o dia 23 de abril, o tráfego da balsa que corta o Rio Xingu, na BR-080, no Mato Grosso, foi interrompido por grupos que serão afetados pelo empreendimento. O coordenador do Programa Xingu, André Villas Boas, do Instituto Socioambiental (ISA), considera legítima a reação dos indígenas.
“É uma reação a essa situação de insegurança que o próprio governo criou. Cada um reage a sua maneira e da forma que acha legítimo em função de suas tradições culturais. No caso dos Kayapó, a conversa deles vem com o estilo guerreiro da etnia.”
O coordenador do ISA diz que Lula tenta transferir responsabilidades ao dizer que ambientalistas devem apresentar projetos alternativos à Belo Monte para a geração de energia do país.
“O governo tem que produzir informações e apresentá-las para que a sociedade possa opinar. Ele não pode ficar centrado num modelo hidrelétrico, que é o modelo que movimenta essas empreiteiras.”
Villas Boas defende que o Brasil não pode ser dependente de uma única matriz energética e, fundamentalmente, das hidrelétricas que causam graves prejuízos socioambientais onde são construídas. Até o momento, o governo não disse para onde serão transferidas pelo menos 30 mil pessoas afetadas pelo alagamento da região com a construção de Belo Monte.
Fonte: Radioagência NP, Jorge Américo.
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