Polícia
reprimiu manifestantes. Seis indígenas, um fotógrafo e um padre foram feridos e
outras três pessoas foram presas. Audiência pública com indígenas que
estava prevista na Câmara foi cancelada
Uma manifestação conjunta da Mobilização Nacional
Indígena e de movimentos sociais contra a Copa parou o centro de Brasília, no
final da tarde desta terça (27/5), reunindo mais de duas mil pessoas. Seis
indígenas, um fotógrafo e um padre foram feridos e outras três pessoas teriam
sido presas depois que a tropa de choque da Polícia Militar reprimiu o protesto
nos arredores do Estádio Nacional Mané Garrincha. A PM divulgou que um de seus
homens também teria sido ferido.
A multidão caminhava pacificamente até o estádio ao
longo do Eixo Monumental, principal via do centro de Brasília, depois de ter
participado de um ato contra a Copa, na Rodoviária da cidade. O protesto reuniu
índios, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto e outras organizações que
integram o Comitê Popular da Copa do Distrito Federal.
A cerca de 300 metros do Mané Garrincha, a caminhada foi barrada pela cavalaria da PM e os manifestantes foram dispersados com uma chuva de bombas de efeito moral e gás que durou em torno de uma hora. Houve corre-corre e algumas pessoas passaram mal. Centenas de policiais e dezenas de viaturas cercavam o estádio.
Viemos aqui fazer um movimento pacífico, em defesa
de nossos direitos e de nossas terras. Não entendemos a reação da polícia”,
criticou Marcos Xukuru, da Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas
Gerais e Espírito Santo (APOINME). “O governo tem bilhões para construir
estádios e fazer a Copa, mas não tem recursos para demarcar as Terras Indígenas
e garantir nossos direitos”, destacou.
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) divulgou uma nota condenando a violência policial e exigindo a apuração de abusos cometidos pelos agentes de segurança (leia aqui).
O confronto começou mesmo depois de um acordo ter sido fechado com a PM para garantir a ida pacífica dos manifestantes até o estádio, onde a taça da Copa estava sendo exposta. Pouco depois do início dos distúrbios, a exposição foi suspensa pela Coca-Cola, empresa responsável pelo evento.
Antes do incidente, os mais de 500
índios que participam da Mobilização Nacional Indígena em Brasília ocuparam a
marquise do Congresso Nacional e realizaram uma passeata pela Esplanada dos
Ministérios pacificamente. Pela manhã, depois de fazer uma pajelança na Praça
dos Três Poderes, os índios protocolaram uma queixa-crime, com a acusação de
racismo e incitação à violência, no Supremo Tribunal Federal (STF), contra os
deputados ruralistas Luís Carlos Heinze (PP-RS) e Alceu Moreira (PMDB-RS) (saiba mais).
Fonte: Instituto Socioambiental.