Cerca de 100 índios de 9 etnias
protestam contra Belo Monte. Norte Energia diz que compensações irão acontecer
no prazo.
Os
índios que ocuparam o prédio da Funai e a sede do Ibama em Altamira nesta
quinta-feira (23) aguardam uma reunião com representantes dos dois órgãos para
debater o cumprimento das compensações para aldeias da região do Xingu por
conta da construção da usina hidrelétrica Belo Monte, que está sendo construída
no município vizinho de Vitória do Xingu. Segundo a Norte Energia, responsável
pelo empreendimento, a empresa possui 28 projetos voltados para comunidades
indígenas, e que investiu mais de R$ 200 milhões nas aldeias.
Os
índios aguardam a chegada dos representantes do Ibama e Funai, cujos voos já
estão confirmados. Ainda não há, porém, um horário e local definidos para a
reunião que deve ocorrer ainda nesta sexta-feira (24).
Entenda o caso
Cerca
de 100 índios de 9 aldeias da região do Xingu ocuparam a sede do Ibama de
Altamira durante a manhã de quinta-feira. Durante a tarde, eles se deslocaram
para o prédio da Funai protestando contra o descumprimento do componente
indígena que faz parte do Plano Básico Ambiental para a instalação da usina.
As
lideranças indígenas reafirmaram que as aldeias são prejudicadas pelos impactos
das obras da usina de Belo Monte e reclamaram da demora na execução do projeto
elaborado para beneficiar as aldeias. “Nós não temos estrada boa, nós não temos
nenhum projeto bom para a gente sobreviver dentro da nossa área. Quando
terminar a barragem eles vão embora, e nós, vamos ficar em que?”, disse Nambú
Kayapó.
Os
manifestantes também cobram que o Ibama seja rigoroso na concessão da licença
de operação da hidrelétrica, exigindo que a operação não seja liberada em 2015.
Segundo
a Norte, todas as obras do Projeto Básico Ambiental do Componente Indígena
(PBA-CI) da Usina Hidrelétrica Belo Monte já estão contratadas ou em fase final
de contratação. Não há nenhum risco das ações deixarem de ser executadas. Os
prazos de conclusão estão sendo acordados com a Fundação Nacional do Índio de
acordo com o suporte de cada uma das aldeias, das nove etnias beneficiadas pelo
empreendimento.
Fonte: G1
Leia também: Índios são ignorados pelo IBAMA e protestam em frente à sede do órgão, em Altamira (PA) (ISA)