O
presidente nacional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(Incra), Carlos Mário Guedes de Guedes disse não ser o Incra e muito menos ele
os responsáveis pela Reforma Agrária no Pará.
A
afirmação foi feita pelo presidente do órgão aos dirigentes do MST no estado
por telefone, após desmarcar sua participação numa audiência marcada hoje pela
manhã em Marabá com trabalhadores rurais Sem Terra.
“Se
ele, que representa o Incra não for responsável pela Reforma Agrária, quem será
então?” indaga Maria Raimunda, da coordenação estadual do Movimento no Pará.
Guedes
justificou sua fala dizendo que vários dos casos de desapropriação em litígio
na justiça dependem do Ministério Público e do poder judiciário.
Porém,
para Maria Raimunda o Incra tem peso maior nessas decisões. “Cabe ao órgão,
responsável pela Reforma Agrária no Brasil, incidir sobre as outras
instâncias”, critica.
Um
levantamento realizado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Marabá, junto à
justiça federal de Belém no Pará, aponta que tramitam 33 ações penais
envolvendo terras públicas federais ocupadas por Sem Terras no sul e sudeste
paraense que poderiam ter desapropriação imediata.
Aproximadamente cinco mil e quinhentas famílias poderiam ser assentadas.
Aproximadamente cinco mil e quinhentas famílias poderiam ser assentadas.
“O
Incra sofre muita pressão para não desapropriar essas áreas por parte dos
fazendeiros, que exercem um poderio econômico e político muito grande sobre o órgão”,
disse José Batista Afonso, advogado da CPT, que acompanha a maioria dos casos
na justiça.
O
MST promete uma série de manifestações em Marabá em protesto contra as
afirmações de Guedes.
Fonte: MST