quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A luta dos atingidos pela mineração


No Brasil, a atividade de mineração desenvolvida por 52 empresa de grande, médio e pequeno porte já afeta 1 milhão de pessoas. Desse contingente, parcela considerável estaria no Pará em zonas urbanas e, sobretudo, rurais. Isso porque nos últimos 30 anos, dos 32 eventos minerários ocorridos na região amazônica, 31 foram no estado paraense e apenas um no Amapá.

Tal situação já transforma a vida de milhares de agricultores. Segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no sul e sudeste paraense todos os assentamentos organizados pelo movimento sofrem impactos da mineração.

Ademais, a Serra Pelada, que inaugurou a mineração no sul do Pará voltou à tona, não mais nas mãos dos garimpeiros, como ocorrido no final dos anos de 1970, mas agora controlado pela canadense Colossus, que utiliza de tecnologia de ponta para abrir uma nova mina de exploração de ouro nas proximidades.

Dessa forma, o Pará estaria, assim como Minas Gerais e outras regiões de intensa atividade mineraria, no centro do debate da mineração em nível nacional, que outrora secundária, ganhou notoriedade com a disputa política sobre o novo marco regulatório do setor.

Junto a essas questões, vários grupos antimineração têm surgido no Brasil nos últimos anos, em especial o Movimento Nacional pela Soberania Popular Frente a Mineração (MAM).

Para conversar sobre esse contexto nacional e regional da mineração, a reportagem do Brasil de Fato entrevistou Charles Trocate, membro da coordenação nacional do MAM. Na entrevista abaixo, Trocate faz um breve relato da formação da organização dos trabalhadores das minas no Pará fomentado pela dinâmica da Serra Pelada, além do movimento dos atingidos pelo Programa Grande Carajás, que abrange também o Maranhão.

Por fim, define a criação do MAM como um momento histórico na luta contra a mineração atrelada a um elemento diferenciado. “É o primeiro movimento na história do Brasil que não nasce no Sul e no Centro-Sul do país, mas surge do Norte e Nordeste para se tornar nacional”, salienta.

Confira a entrevista no sítio do jornal Brasil de Fato

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