Na última quarta-feira, 13 de novembro, uma tentativa de desocupação na Floresta Nacional (Flona) do Bom Futuro, localizada próximo a Rio Pardo, distrito de Porto Velho, resultou num violento conflito entre forças de repressão e ocupantes recentes da unidade de conservação. Num tiroteio, um militar morreu. Um posto de apoio e viaturas de governo foram depredados e pontes incendiadas.
Leia aqui no blog: Militar é morto em tentativa de desocupação da Flona Bom Futuro em Rondônia
Sobre o assunto, o blog trás abaixo duas matérias, com pontos de vistas (e informações) bem distintos sobre o assunto:
Missão de solidariedade denuncia torturas contra camponeses em Rio Pardo
Na quarta-feira, dia 13 de novembro, quase 200 agentes do ICMBio e policiais da PM e da Força Nacional chegaram à Rio Pardo, sem ordem judicial, para despejar os camponeses que vivem e trabalham há mais de 14 anos nas terras. A operação prendeu 10 camponeses e várias motocicletas e montou bloqueios para tentar impedir a circulação de moradores. Os camponeses derrubaram pontes e destruíram dois prédios que seriam bases operacionais da Policia Militar e órgãos de fiscalização ambiental em resposta as prisões. Comerciantes do vilarejo fecharam as portas por 2 dias em protesto à operação violenta. O povo de Rio Pardo não quer repressão, quer terra, hospital e escola. Estas reivindicações podem ser lidas nas pichações no que restou das paredes do quartel policial.
Na quinta-feira, dia 14 de novembro, três viaturas da Força Nacional se deslocaram à Rio Pardo, para reforço da repressão. Uma viatura ficou pendurada numa ponte cortada pelos moradores. Irritados e com truculência, policiais prenderam mais 3 camponeses que circulavam pela estrada. Isto revoltou ainda mais os moradores, centenas se reuniram e se organizaram para impedir que os presos fossem levados para Buritis. A polícia disparou balas de borracha e bombas de gás e efeito moral, mas eles eram a única força policial no local e não conseguiram enfrentar os camponeses que reagiram com pedras, paus, rojões, escudos e fogo.
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Bom Futuro: morte de
policial mostra precariedade da Flona
Tudo começou no dia 01 de novembro. Após denúncia de nova invasão, uma equipe formada por 2 fiscais e 9 policiais foi surpreendida por um grupo de cerca de 40 homens armados de foices e pedras. Em menor número, os fiscais negociaram a saída e se retiraram. Os invasores permaneceram na área.
“Numa total inversão de
valores, quem teve que sair foi o poder público”, explica Ronilson.
Após o incidente, criou-se
um comitê gestor de crise, formado por membros da Secretaria de Segurança
Publica de Rondônia, ICMBio, IBAMA, Polícia Federal, Exército e Força Nacional.
O comitê decidiu pela retirada dos novos invasores da área e lançou uma nova
ofensiva.
A área foi sobrevoada por um helicóptero do Ibama, na terça-feira (12). Constatou-se um acampamento de cerca de 20 barracos de lona e um grupo entre 60 e 100 pessoas no local.
No dia seguinte (13), a equipe de fiscalização chegou ao local dentro da Floresta Nacional para desocupá-la. Eram 3 equipes formadas por 77 homens -- sendo 8 servidores do ICMBio, 4 servidores IBAMA, 8 Policiais Federais, 13 Policiais da Força Nacional, 14 Policiais da Policia Militar Ambiental de Rondônia, 2 Policiais da Policia Militar de Rondônia, 2 Bombeiros Militares de Rondônia e 26 Policiais da Companhia de Operações Especial de Rondônia/COE.
Os invasores se recusaram a
sair e o clima esquentou. A polícia deteve 10 invasores e apreendeu 18
motocicletas. Os acampamentos provisórios de lona foram destruídos. A prisão e
a apreensão das motos aumentou a tensão.
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