Danilo
Fariell*
Após quatro anos em queda, o desmatamento na Amazônia Legal deverá voltar a
crescer este ano, principalmente puxado pela derrubada da floresta em grandes
áreas do Pará e do sul do Amazonas, onde havia uma trajetória de redução da
devastação há anos. A área ambiental do governo ainda não possui os cálculos
fechados sobre o período de agosto de 2012 a julho deste ano — quando se
encerra o ano-base para o cálculo —, mas prevê um aumento de até 20% da área
devastada em relação ao período anterior, quando se chegou a uma mínima
histórica desde 1988, com supressão de apenas 4,57 mil quilômetros quadrados da
floresta. O número oficial deverá ser anunciado até o fim deste mês.
Apesar da provável alta, o
volume de área devastada não deverá superar a marca de 2011, quando foram
desmatados 6,41 mil quilômetros quadrados, e ficará certamente abaixo da média
dos anos anteriores a 2008. É essa redução estrutural na área desmatada por ano
que deverá ser divulgada pelo governo Dilma Rousseff durante a campanha eleitoral
do próximo ano, em que o tema ambiental deverá voltar à pauta com a
participação de Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente, ao lado do
governador Eduardo Campos (PSB-PE).
A ONG Imazon, que também
analisa dados de satélites, denuncia que, de um ano-base para o outro, a área
devastada avançou 92% — muito acima das estimativas oficiais, portanto. Mas
esse percentual de aumento é descartado pelo governo federal.
Segundo
fontes do próprio governo federal, outros servidores do governo estariam
vendendo o “desembargo” de áreas que já haviam sido embargadas pelo órgão
ambiental federal, e por isso estão sob investigação.
*Leia a matéria completa em O Globo.