Com autorização da Justiça e a presença de vários políticos ruralistas ocorreu hoje, 07 de dezembro o chamado “Leilão da Resistência”, evento promovido pela Associação dos Criadores de Mato Grosso doSul (Acrissul) e destinado a obtenção de recursos para pagamento de milícias para atuarem contra as mobilizações indígenas no estado.
Comunidades indígenas entraram com ação para impedir o evento e tiveram o pedido aceito pela juíza Janete Lima Miguel, da 4ª Vara Federal em Campo Grande. A Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso do Sul (Famasul)) e a Acrissul recorreram e tiveram decisão favorável, em caráter liminar, tomada pelo juiz federal Pedro Pereira dos Santos, em substituição na 2ª Vara Federal.
O magistrado autorizou a realização do leilão, porém com duas ressalvas. A primeira delas diz que deverá ser apresentado na segunda-feira (9) um demonstrativo com toda a movimentação financeira do evento, incluindo os nomes dos doadores, valores iniciais e finais dos lances e nomes dos arrematantes.
A segunda estabelece que o valor arrecadado deverá ser depositado em conta judicial na segunda. O dinheiro só poderá ser movimentado após a decisão final do processo e depois de ouvidos representantes do Ministério Público Federal (MPF) e demais envolvidos.
O presidente da associação, Francisco Maia, chegou a afirmar que um dos propósitos do leilão era arrecadar recursos para mobilização, logística, pagamento de honorários de advogados e até mesmo para segurança. À Justiça, a entidade sustentou que o dinheiro não será usado para compra de armas e formação de milícias.
Foto: Tatiane Queiroz/ G1 MS
Além de Maia, estão presentes os deputados federais Ronaldo Caiado (DEM-GO), Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) e Fábio Trad (PMDB-MS) e os senadore Waldemir Moka (PMDB-MS) e Katia Abreu (PDS-TO) que também é presidente da Confederação Nacional da Agricultura. Foram leiloados animais, grãos e equipamentos.
Com auditório cheio de fazendeiros, todos os que subiam ao palanque entoavam a resistência contra a demarcação das terras indígenas. “Essa é a resistência democrática que o MS levanta nesse momento. Chega de desrespeito ao cidadão que faz e que produz”, disse a estrela da noite, o deputado federal pelo estado de Goias, Ronaldo Caiado (DEM). A sendora Kátia Abreu (PSD) de Tocantins também estava presente. Antes do leilão ela afirmou que a Funai é falida, retrógrada e atrasada.
Com um dos discursos mais aplaudidos pelos participantes o
deputado afirma que a questão indígena é um problema para todo o país e que o
Cimi (Conselho Indigenista Missionário) e a Funai são “preconceituosos contra
os produtores brasileiros”.
Para o deputado estadual Zé Teixeira (DEM) pouco importa o leilão
e o dinheiro arrecadado e sim que cada produtor conseguir defender sua
propriedade. “Há anos os produtores gastam com as invasões. Se o banco tem um
segurança na porta, por que a fazenda não pode ter? Esse leilão é um alerta
para mostrar que o setor produtivo não vai esperar pelo poder publico e precisa
de segurança”, fala.
“Não é o índio que invade e sim essas ONGs, essas organizações de
esquerda, que querem desarticular o setor produtivo brasileiro”, garante.
O senador Moka (PMDB) afirmou que o leilão é justo, porque ele é
realizado com dinheiro dos produtores rurais e é conseguido com suor e trabalho
dos mesmos. “Esses são recursos para a defesa das propriedades. Aqui no MS nós
não temos terra grilada nem terra invadida. Nós temos terra produtiva”, disse
em discurso.
O evento, muito bem organizado, contou com garçons servindo água, refrigerante e cerveja para os participantes que estavam dentro do local. Quem preferiu ficar lá fora, podia ver os discursos e o leilão embaixo de uma tenda montada com dois televisores e vários climatizadores. No período da noite foram vendidos espetinhos com mandioca por R$10, para quem ficar até o final.
*As informações são do G1 e MidiaMax. Charge: Latuff
O evento, muito bem organizado, contou com garçons servindo água, refrigerante e cerveja para os participantes que estavam dentro do local. Quem preferiu ficar lá fora, podia ver os discursos e o leilão embaixo de uma tenda montada com dois televisores e vários climatizadores. No período da noite foram vendidos espetinhos com mandioca por R$10, para quem ficar até o final.
*As informações são do G1 e MidiaMax. Charge: Latuff