Operários do Residencial Moaçara, do Programa Minha Casa Minha Vida, revoltados com a paralisação das obras e com a ausência de pagamento, resolveram fazer uma manifestação na tarde desta quinta-feira (26), em Santarém, oeste do Pará. De acordo com testemunhas, por volta das 14h, os manifestantes invadiram o canteiro de obras e saquearam o setor administrativo, levando computadores, telefones, capacetes de segurança e botas. Em seguida, atearam fogo no local.
O Grupamento Tático Operacional (GTO) da Polícia Militar foi acionado. A polícia utilizou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para conter a manifestação.
Duas pessoas foram atingidas, um trabalhador, na nuca, por uma bala de borracha, e uma repórter de uma emissora local, foi atingida na mão e na perna, por estilhaços de gás lacrimogêneo.
Os manifestantes afirmam que as obras do residencial estão paradas há mais de um mês e que nesse período estão sem receber salário e outros direitos.
Mais de 750 operários trabalham no empreendimento do Programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal. As obras estão paradas porque a empresa responsável pelas obras está em recuperação judicial.
De acordo com os operários, devido a paralisação das obras, eles estão sem receber salário e outros direitos. “Estamos com o décimo atrasado, salário atrasado. A empresa disse para nós virmos aqui hoje, dia 26, para receber, mas não encontramos aqui para dar uma justificativa para nós”, afirmou o pedreiro Hardisson Santos.
Segundo os trabalhadores, no dia 16 de dezembro, eles assinaram um aviso prévio com a empresa, mas após essa data não conseguiram mais contato com a empresa. “Não tem ninguém para dar satisfação aí e todos nós que estamos aqui queremos os nossos direitos sem briga, sem prejudicar ninguém”, reclamou o pedreiro Josenias Corrêa.
Os trabalhadores já procuraram o Ministério do Trabalho, que os aconselhou a esperarem até esta quinta-feira, data marcada para reunir com os representantes da empresa. “O delegado lá no Ministério falou que era para nós esperarmos até hoje. Fomos ao sindicato e não deram atenção para nós e estamos procurando os nossos direitos”, relatou o pedreiro Francisco da Silva.
*As informações são do G1-Santarém