Raimundo
Rodrigues era conselheiro atuante desde 2012. No momento da emboscada, ele
estava acompanhado da esposa, que foi atingida e segue internada. O casal
residia na Comunidade Brejinho das Onças, localizada na Reserva Biológica do
Gurupi, no município de Bom Jardim, Maranhão.
O
conselheiro do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)
na Reserva Biológica (Rebio) do Gurupi, no Maranhão, foi assassinado na
tarde dessa terça-feira (25), na cidade de Bom Jardim, a 275 km
de São Luís, próximo onde morava.
Raimundo
Santos Rodrigues estava acompanhado da esposa, Maria da Conceição, que foi
atingida por tiros e levada ao Hospital Municipal de Imperatriz, a 412 km
de distância de Bom Jardim.
Ele
era conselheiro desde 2012. “Os madeireiros odiavam ele, porque ele os
denunciava. Ele era bastante atuante na região, defendia a comunidade,
participava do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bom Jardim”, disse um
companheiro de trabalho, que prefere não ser identificado, ao G1.
O
corpo do conselheiro está em Buriticupu, a 200 km de Bom Jardim, e ainda
não foi liberado. Raimundo deixa seis filhos.
Com
271.197,51 de hectares, a Rebio do Gurupi é uma das unidades de
conservação administradas pelo ICMBio na região da Amazônia Legal, com
coordenação regional vinculada ao CR4 (Belém, PA).
Histórico
A
Comunidade Brejinho das Onças está localizada na Reserva Biológica do Gurupi,
no município de Bom Jardim, onde mais de 100 famílias vivem da agricultura de
subsistência, criação de pequenos animais, caça e pesca, com observância para a
preservação ambiental pelo Instituto Chico Mendes. As famílias ocupam a área há
mais de 50 anos e, por Decreto Federal, são parte integrante da reserva
Biológica do Gurupi.
Desde
2014, conforme informações do Centro de Documentação Dom Tomás Balduino, da
Comissão Pastoral da Terra (CPT), a comunidade é perseguida por um
latifundiário de Imperatriz, ligado a grupo político da região. Além disso, os
moradores e moradoras da comunidade têm sofrido ameaças de pistoleiros.
Nesse
mesmo ano, o latifundiário, utilizando-se de fraude cartorial, ingressou na
Justiça Estadual com pedido de reintegração de posse. O juízo de primeiro grau
decidiu de forma favorável ao latifundiário. Diogo Cabral, advogado da
Federação dos Trabalhadores e Trabalhadores na Agricultura do Maranhão
(Fetaema) e da CPT, interpôs recurso no Tribunal de Justiça do Maranhão, contra
a concessão da liminar. O Tribunal acatou o pedido e determinou a permanência
das famílias na Comunidade Brejinho das Onças.
Fonte:
CPT com informações da CPT e do G1- Maranhão