O governo Dilma Rousseff adiou a divulgação de
dados parciais do desmatamento na Amazônia para depois do segundo turno da
eleição presidencial. Em 2013, a derrubada de florestas voltou a crescer (29%),
após uma década em queda.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA),
reunião realizada nesta terça (14) definiu que os números referentes a agosto e
setembro serão publicados provavelmente só em novembro.
O normal é que os dados do Deter (Sistema de
Detecção de Desmatamento em Tempo Real) sejam divulgadas mês a mês de maio a
outubro. Nessa época do ano há menos nuvens para bloquear a visão de satélites.
O último relatório publicado pelo Inpe (Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais), que opera o Deter, se refere a julho. Foi
divulgado na internet no dia 6 de agosto.
A assessoria de imprensa do ministério afirma que
não se pode falar em divulgação atrasada porque o Deter é um instrumento de
fiscalização e seus dados devem ser usados para ajudar as equipes do Ibama no
combate ao desmatamento. Não serviriam, assim, para indicar de maneira segura a
quantidade acumulada de desmatamento.
Com efeito, o Inpe ressalva que o Deter captura só
parte das derrubadas ocorridas, devido à menor resolução das imagens e dos
sensores utilizados e às restrições de cobertura de nuvens.
O monitoramento mais fino de áreas com corte raso
da floresta cabe a outro sistema, o Prodes. Ele emprega sensores de satélite
mais potentes, mas apresenta a totalização apenas uma vez por ano, em geral em
novembro.
No entanto, o próprio Inpe afirma que, embora o
Deter tenha sido desenvolvido como um suporte à fiscalização, o sistema pode
ser usado como indicador de tendências do desmatamento anual.
O MMA
informa que os dados dos meses ainda não divulgados serão anunciados com o
chamado Novo Deter, um aprimoramento do sistema que usará imagens de satélite
com resolução melhor (6,25 hectares, contra 25 hectares da versão anterior). O
anúncio deverá coincidir com a divulgação do Prodes.
Fonte: Folha de São Paulo