Secretaria de Meio Ambiente do Pará realiza fiscalização em serrarias no oeste do Pará após denúncia contra exploração de madeira ilegal
Agentes da Secretaria de Meio Ambiente do Pará
(Sema-PA) apreenderam hoje madeira ilegal flagrada no pátio da serraria
Comercial de Madeiras Odani Ltda, localizada em Placas, na região de Santarém,
oeste do Pará. A empresa foi multada e pode sofrer ainda outras medidas
administrativas.
O órgão ambiental deflagrou uma operação de
fiscalização na região com base em investigação do Greenpeace divulgada ontem,
dia 15. Segundo informações da Sema, a operação pretende vistoriar serrarias e
planos de manejo denunciados pelo Greenpeace por seu envolvimento com a
exploração ilegal de madeira No início da semana, o Greenpeace sobrevoou, em
conjunto com a Sema, áreas de planos de manejo suspeitos de estarem sendo
utilizados para ‘esquentar’ a madeira ilegal. O sobrevoo de reconhecimento
confirmou a denúncia dos ativistas de que muitos planos de manejo estão sendo
usados apenas para gerar créditos para acobertar madeira retirada ilegalmente
de outras áreas de floresta.
A área sobrevoada, licenciada pela Sema, não
apresentou sinais de exploração apesar dos documentos oficiais mostrarem que
eles movimentaram madeira. Em matéria publicada no programa Bom Dia Brasil, da
TV Globo, Adonias Leite, gerente da serraria, afirma que não conhece a origem
da madeira comprada por eles: “a madeira a gente recebe, mas a gente não sabe
se eles tiram ou não. Se eles tiram do projeto ou se tiram dos arredores a
gente não sabe porque a gente não vai lá ver”, afirmou ele.
“A operação de fiscalização da Sema confirma a
nossa denúncia sobre a fragilidade do sistema de controle da madeira que tem
permitido ‘esquentar’ madeira ilegal e coloca-la no mercado. O Estado precisa
assumir sua responsabilidade para garantir que a exploração de madeira não
destrua a floresta. Para isso, os órgãos ambientais responsáveis devem realizar
uma revisão de todos os planos de manejo aprovados desde 2006. No entanto, o
governo federal deve assumir com vigor sua responsabilidade – negligenciada
desde que a gestão das nossas florestas foi compartilhada com os Estados – de
garantir as condições necessárias para que os Estados possam assumir essa
tarefa”, disse Marina Lacôrte, da Campanha Amazônia do Greenpeace.
Fonte: Greenpeace Brasil