terça-feira, 7 de outubro de 2014

Partidos grandes e novos perdem espaço na Câmara dos Deputados


A composição do Congresso Nacional a partir de 1° de janeiro de 2015 mostra um quadro de pulverização partidária principalmente na Câmara dos Deputados. A perda de espaço da maior parte dos grandes partidos e dos partidos recém-criados também foram as marcas deste pleito.

O Partido dos Trabalhadores elege a sua menor bancada desde quando chegou ao governo central em 2002, quando elegeu 91 deputados. Em 2014, foram eleitos 70 deputados, 18 a menos do que em 2010. Apesar da perda significativa, a maior em números absolutos, o partido ainda permanece como o maior na Câmara, seguido pelo PMDB, que perdeu 12 vagas na Câmara se comparado à eleição de 2010.

Com a terceira maior bancada, o PSDB elegeu 55 deputados, 2 a mais do que a bancada eleita em 2010, mas 11 a mais se a comparação for com o quadro dos atuais deputados do partido. Assim sendo, das três maiores bancadas, os tucanos foram os únicos a crescer, depois de perder 9 deputados nos últimos anos, principalmente para os partidos recém-criados e de gradativamente diminuir de tamanho desde de que o PT chegou ao governo federal em 2002.

Já o Democratas, partido outrora considerado grande, mas que perdeu nos últimos anos 15 parlamentares para os partidos recém-criados, elegeu apenas 22 deputados, 21 a menos do que 2010, 43 a menos do que 2006 e 62 a menos do que em 2002.

Os partidos recém-criados e que esvaziaram parte do PSDB, DEM e PPS também não lograram crescimento nesta eleição.  PDS, Pros e Solidariedade elegeram respectivamente 45, 20 e 22 deputados federais. Estes números são menores do que as atuais bancadas destes partidos: PDS: 38; Pros: 11 e SD: 15.

Os novos partidos foram criados após a Resolução do Tribunal Superior Eleitoral de 2007 que determinou que a vaga pertence ao partido, e não ao candidato, a exceção dos partidos recém-criados, incorporações e fusões partidárias, principalmente. Esta possibilitada foi usada para atrair estes novos partidos para a base aliada do governo Dilma Rousseff, principalmente subtraindo deputado de partidos ligados à oposição de direitas (PSDB, PPS e DEM) e partidos muito pequenos, muitos deles ficando sem qualquer parlamentar.

PMN, PTdoB, PRP, PEN, PTC, PHC, PRTB, PSDC, PTN e PSL elegeram ao todo em 2010, 17 deputados federais, mas ao longo do mandato, este setor de pequenos partidos foi se esvaziando, tanto que atualmente eles são apenas 9 deputados, quase a metade do número de eleitos quatro anos atrás. Já no pleito de 2014, estes partidos elegeram juntos 22 deputados. 

PSB e PPS, os dois maiores partidos a apoiarem a candidatura de Marina Silva à presidência cresceram. O PSB sai dos atuais 24 deputados para 34, mesmo número de eleitos em 2010. O PPS sai dos 6 atuais deputados para 10, 2 a menos do que o número de eleitos em 2010.

Confira abaixo a evolução dos deputados eleitos nas últimas três legislaturas (2002, 2006, 2010), o número atual do Congresso e o número de eleitos em 2014 (clique no quadro para ampliá-lo):


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