Prestes a
completar 200 anos, maior museu de história natural e antropológica da América
Latina suspendeu as visitas do público. UFRJ, que administra o museu, não paga
as empresas responsáveis por serviços de segurança e limpeza há três meses.
Por Carolina Carvalho*
Prestes a
completar 200 anos, o Museu Nacional, maior museu de história natural e
antropológica da América Latina, fechou as portas ao público por tempo
indeterminado nesta segunda-feira. O motivo é a falta de funcionários das
equipes de segurança e limpeza. A Universidade Federal do Rio de Janeiro, que
administra a instituição, não paga as empresas responsáveis há três meses.
Mesmo assim, os funcionários receberam os salários de outubro e novembro. No
entanto, o de dezembro não foi depositado e o vale-alimentação e o
vale-transporte não foram pagos. Jaçanã Nogueira, que trabalha na equipe de
limpeza do museu há mais de vinte anos, disse que o pagamento costuma atrasar,
mas essa é a primeira vez que a instituição precisa tomar uma medida drástica.
Segundo a
diretora do Museu Nacional, Claudia Rodrigues Carvalho, no período de férias, a
exposição chega a receber cinco mil pessoas por dia nos fins de semana e mil
pessoas por dia de segunda a sexta. Com o ingresso a seis reais, o museu
arrecada pelo menos trinta mil por semana nesta época. Para ela, o prejuízo
financeiro da suspensão das visitas é grave, mas a pior perda é para o
patrimônio cultural da cidade.
O técnico em manutenção João Miranda
veio de Natal, no Rio Grande do Norte, para visitar o Rio. Ele ficou frustrado
ao se deparar com o aviso na porta do museu, nesta segunda-feira.
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É uma decepção a gente vir de fora do Rio para visitar alguns pontos
turísticos, chegar aqui e estar fechado.
A
equipe do Museu Nacional discute soluções para o problema e tenta uma reunião
com a reitoria da UFRJ. Procurada, a universidade ainda não se pronunciou.