sábado, 21 de novembro de 2015

No Amapá, hidrelétrica diz que morte de peixes foi provocada pela piracema

Peixes foram encontrados mortos em Ferreira Gomes
(Foto: Moroni Guimarães/Arquivo Pessoal)
Por: Abinoan Santiago*

Empresa defende-se e aponta fenômeno natural como causa de mortandade. Mais de 100 kg de peixes morreram; Sema suspeita de manobra irregular.
A Hidrelétrica Ferreira Gomes Energia argumentou em nota que a morte de peixes registrada na sexta-feira (13 de novembro), próximo ao empreendimento no rio Araguari, no Amapá, deve-se pelo período de reprodução das espécies, também chamado de piracema.
A empresa ainda afirmou que o fenômeno provocou a ida de “uma grande quantidade de peixes até às proximidades da usina”, em Ferreira Gomes, a 137 quilômetros de Macapá.
É a primeira vez que a Ferreira Gomes Energia se manifesta após o aparecimento de peixes mortos às margens do rio Araguari. É o quarto registro em menos de um ano.
A hipótese levantada pela empresa contraria a Polícia Civil e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). A suspeita é que manobras irregulares na abertura das comportas da hidrelétrica tenham elevado o nível de oxigenação da água e provocado a morte dos peixes.
Em 2014, a Ferreira Gomes Energia chegou a ser multada em R$ 20 milhões após um laudo do Instituto de Meio Ambiente (Imap) constatar que a abertura inadequada das comportas da hidrelétrica elevou o nível de oxigenação da água.
“As primeiras análises sugerem que esta ocorrência específica pode ter relação com o início do período de piracema que, além da baixa vazão do rio, compreende a subida de uma grande quantidade de peixes até as proximidades da usina”, disse em nota a empresa.
Morte de peixes
Além da registrada neste ano, em 2014 foram mais três ocorrências de mortes de peixes na orla de Ferreira Gomes. O Imap emitiu um laudo na ocasião descartando qualquer tipo de poluição na água por causa da característica do rio, que tem grande capacidade de diluir substâncias.
A primeira vez que os peixes apareceram mortos foi em agosto de 2014. Os outros registros ocorreram em outubro e novembro, no mesmo local. Pescadores chegaram a realizar um protesto no município por causa dos prejuízos para a atividade.
*Fonte: G1
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