Davi Kopenawa havia dito antes que recebeu intimidações de garimpeiros. Festa literária de Paraty acabou neste domingo (3).
Em seu discurso neste domingo na Flip, Kopenawa afirmou que "o que garimpo está fazendo é ilegal, não está certo". "Não estão respeitando. Eu estou pedindo a vocês para proteger o meu povo ianomâmi junto comigo. Mas eu não sou bicho, não sou cachorro. Sou gente, sei falar, sei lutar, sei reclamar, sei defender o país. Sei proteger a nossa montanha, as nossas florestas, nossa saúde."
David Kopenawa,
líder indígena ianomâmi, durante o encerramento da Flip em que disse sobre
ameaças (Foto: Flavio Moraes – G1)
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A tradicional roda de leitura que encerra a Flip foi sucedida por
um discurso do líder ianomâmi Davi Kopenawa neste domingo (3), a respeito das
ameaças de morte que vem recebendo em Roraima e no Amazonas. "Estou muito
preocupado com o meu povo ianomâmi. Os fazendeiros e garimpeiros têm muito
dinheiro para matar o índio", disse o presidente da Hutukara Associação
Yanomami.
Em seguida, ele citou o ambientalista Chico Mendes, morto em 1988: "Eu não quero lembrar anos passados. Eu estou lembrando o meu amigo Chico Mendes. O meu amigo já morreu. Os fazendeiros já mataram ele."
Em seguida, ele citou o ambientalista Chico Mendes, morto em 1988: "Eu não quero lembrar anos passados. Eu estou lembrando o meu amigo Chico Mendes. O meu amigo já morreu. Os fazendeiros já mataram ele."
Em seu discurso neste domingo na Flip, Kopenawa afirmou que "o que garimpo está fazendo é ilegal, não está certo". "Não estão respeitando. Eu estou pedindo a vocês para proteger o meu povo ianomâmi junto comigo. Mas eu não sou bicho, não sou cachorro. Sou gente, sei falar, sei lutar, sei reclamar, sei defender o país. Sei proteger a nossa montanha, as nossas florestas, nossa saúde."
Há poucos
dias, Kopenawa havia dito ao G1Roraima que
está sendo intimidado por garimpeiros da cidade de
São Gabriel da Cachoeira (AM). Na semana passada, a Polícia
Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) em Roraima chegaram a publicar uma nota conjunta sobre a
ameaça de morte.
Kopenawa
disse em um momento que o "governador de Roraima está deixando acontecer
assim". O secretário de Segurança de Roraima, Amadeu Soares, rebateu a
afirmação, procurado pelo G1. "O
inquérito das ameaças está sendo conduzido pela Polícia Federal. Eu não sei
porque ele [Kopenawa] está dizendo isso, acredito que esteja querendo 'jogar
pra torcida'.
A Operação Xawara, deflagrada em julho de 2012 pela Polícia Federal, com o apoio do Ministério Público Federal em Roraima, teve o objetivo de reprimir o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami no estado. Durante as investigações, foram identificados cinco grupos criminosos que atuavam para manter o garimpo ilegal. Eram formados por aviadores e empresários ligados ao ramo de joalheria e proprietários de balsas e motores para a extração do ouro.
A Operação Xawara, deflagrada em julho de 2012 pela Polícia Federal, com o apoio do Ministério Público Federal em Roraima, teve o objetivo de reprimir o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami no estado. Durante as investigações, foram identificados cinco grupos criminosos que atuavam para manter o garimpo ilegal. Eram formados por aviadores e empresários ligados ao ramo de joalheria e proprietários de balsas e motores para a extração do ouro.
Segundo o
MPF e a PF, a Terra Indígena Yanomami/Ye'kuana sofre com a pressão decorrente
da expansão dos assentamentos, incluindo grilagem em área de fronteira,
garimpo, desmatamento, pesca e caça ilegal, além de atividades madeireiras.
Dentre os prejuízos causados às comunidades indígenas, são listadas doenças,
contaminação dos rios e nascentes, alcoolismo, mão de obra análoga à escrava e
conflitos internos.
Por fim,
dizendo-se "muito emocionado", Kopenawa concluiu falando que "a
terra é fundamental para nossos filhos continuarem a viver em paz". Na
sexta-feira (1º), ele havia participado da programação da Flip em debate sobre
a questão indígena com a fotógrafa Claudia Andujar.
Mesa final
Neste ano, a 12ª Flip teve 47 escritores convidados em sua programação principal e recebeu cerca de 25 mil pessoas neste ano, segundo estimativa da organização do evento. Antes de Antes de Davi Kopenawa subir no palco neste domingo, a mesa de encerramento reuniu sete autores para ler trechos de suas obras favoritas.
Neste ano, a 12ª Flip teve 47 escritores convidados em sua programação principal e recebeu cerca de 25 mil pessoas neste ano, segundo estimativa da organização do evento. Antes de Antes de Davi Kopenawa subir no palco neste domingo, a mesa de encerramento reuniu sete autores para ler trechos de suas obras favoritas.
Andrew
Solomon leu um poema de Elizabeth Bishop e citou os tempos dela no Brasil; o
antropólogo Eduardo Viveiros de Castro escolheu um trecho do "Sermão do
Espírito Santo", do padre Antonio Vieira; Etgar Keret citou Kurt Vonnegut;
Fernanda Torres, crônica de Millôr Fernandes sobre Rubem Braga; a argentina
Graciela Mochkofsky leu "A condição humana", de André Malraux";
Joël Dicker, "Ratos e homens", de John Steinbeck; e Marcelo Rubens
Paiva citou "O grande Gatsby", de F. Scott Fitzgerald.
Fonte: G1
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