terça-feira, 26 de agosto de 2014

Rejeição à Dilma ressuscitará o PT?


Segundo a pesquisa Ibope que acaba de sair, Dilma Rousseff (PT) teria 34% no primeiro turno, contra 29% e 19% de Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB), respectivamente. Num segundo turno, Dilma vai a 36% contra 45% de Marina Silva,num possível enfrentamento entre as duas. Isso mesmo, Dilma sairia de 34% no primeiro turno e iria, apenas, para 36% no segundo turno e seria batida por Marina.

Mais do que o crescimento de Marina, isso pode revelar (não confio muito em pesquisas eleitorais) uma alta taxa de rejeição da atual presidente, o que complica muito as coisas para ela. A própria pesquisa aponta que Dilma é a mais rejeitada entre os candidatos, chegando a  36%. Mas, este crescimento de apenas 2% entre os dois turnos pode significar que as coisas estão piores do que a taxa de rejeição revela.

Outro dado interessante é que esta percentagem de 34-36% era o que o PT costumava ter nas eleições que antecederam 2002, quando o partido deu uma “virada ” para vencer, com a "Carta aos Brasileiros" e a aliança com José Alencar. Ou seja, conforme a pesquisa, o PT voltaria a ter a mesma densidade eleitoral que tinha antes de ser governo, com a diferença de que o eleitorado “tradicional” do partido parece que realmente migrou para Marina e o PT está com o eleitorado do chamado “lulismo” (votos dos trabalhadores mais precarizados e dependentes dos programas sociais do governo).

Se isso se confirmar (ainda é preciso vê as estratificações da pesquisa por renda e região), cai por terra o esquema montado pelo chamado Campo Majoritário do PT que fez todo tipo de aliança eleitoral e flexões políticas e econômicas e conduziu o partido à direita dos anos noventa pra cá.

Por isso, setores do partido já apostam numa “guinada à esquerda” de Dilma em busca deste eleitorado “perdido”, o que incluiria abrir fogo nas “fraquezas conservadoras de Marina”. O problema desta tática vai ser encontrar em Marina algo que os petistas já não fazem de maneira até piorada. 
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