Acompanhe o desenrolar da greve de policiais e bombeiros no Ceará (onde estou no momento) pelo meu Twitter.
sábado, 31 de dezembro de 2011
Greve da Polícia e Bombeiros agita o Ceará neste fim de ano
Acompanhe o desenrolar da greve de policiais e bombeiros no Ceará (onde estou no momento) pelo meu Twitter.
Para os que virão
Como sei pouco, e sou
pouco,
faço o pouco que me cabe
me dando inteiro.
Sabendo que não vou ver
o homem que quero ser.
Já sofri o suficiente
para não enganar a ninguém:
principalmente aos que
sofrem
na própria vida, a garra
da opressão, e nem sabem.
Não tenho o sol escondido
no meu bolso de palavras.
Sou simplesmente um homem
para quem já a primeira
e desolada pessoa
do singular - foi deixando,
devagar, sofridamente
de ser, para transformar-se
- muito mais sofridamente
-
na primeira e profunda
pessoa
do plural.
Não importa que doa: é
tempo
de avançar de mão dada
com quem vai no mesmo rumo,
mesmo que longe ainda
esteja
de aprender a conjugar
o verbo amar.
É tempo sobretudo
de deixar de ser apenas
a solitária vanguarda
de nós mesmos.
Se trata de ir ao encontro.
( Dura no peito, arde a
límpida
verdade dos nossos erros. )
Se trata de abrir o rumo.
Os que virão, serão povo,
e saber serão, lutando.
Raoni, Unir, Jari: As 5 postagens mais lidas dos blog em 2011
2 - Prossegue
a luta na Unir e Polícia Federal é acusada de abuso de autoridade em Rondônia – 28 de
outubro
3 - Belo
Monte: Após desocupação de canteiro de obras, Força Nacional ficará no local
protegendo empresa – 28 de outubro
4 - AGU
pede afastamento de Felício Pontes – 07 de
dezembro
5- Sem
dívidas, Projeto Jari quer expansão – 16 de maio
Himno y Marcha La Varsoviana-Варшавянка (Varshavianka)
2011: O proletariado mais antigo da humanidade novamente se levanta
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
II Encontro da Cabanagem terá lançamento do filme "O Cônego"
O lançamento do filme “O Cônego” com a
presença do cineasta Paulo Miranda e do ator José Jorge de Lana se soma a
programação do II Encontro da Cabanagem em Cuipiranga, em Santarém, Pará, nos
dias 06 a 08 de janeiro de 2012. Veja a programação AQUI.
“O Cônego” conta a história do Padre Batista Campos, figura central na primeira fase da Cabanagem. Este filme foi lançado em Belém há poucos meses. Na programação do encontro, o filme estréia em Cuipiranga e região na noite do dia 07.
“O Cônego” conta a história do Padre Batista Campos, figura central na primeira fase da Cabanagem. Este filme foi lançado em Belém há poucos meses. Na programação do encontro, o filme estréia em Cuipiranga e região na noite do dia 07.
Veja a chamada do filme:
Por Enquanto Cassia Eller
Dez anos da morte deste poderoso talento:
E para quem não sabe, Cássia morou em Santarém, dos 10 aos 12 anos e estudou no Colégio Santa Clara (ao lado do local onde moro atualmente):
Leia: Cássia Eller: a eterna travessa da música brasileira (PSTU)
E para quem não sabe, Cássia morou em Santarém, dos 10 aos 12 anos e estudou no Colégio Santa Clara (ao lado do local onde moro atualmente):
Leia: Cássia Eller: a eterna travessa da música brasileira (PSTU)
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Anonymous acessam cartões de crédito milionários e fazem doações aos pobres
O grupo de hackersAnonymous atacou, nesta segunda-feira, a base de
dados da agência de segurança norte-americana Stratfor e roubou os dados de,
pelo menos, 4 mil cartões de crédito de grandes empresas mundiais e da Defesa
dos EUA. Em seguida, numa fração de segundos, passaram a distribuir o saldo das
contas milionárias a orfanatos, asilos e casas de saúde ao redor do mundo.
As doações a instituições de caridade
foram acompanhadas da frase “Obrigado! Agência de Segurança Interna”.
Os piratas do cyberespaço alegaram que
um dos motivos pelos quais conseguiram roubar dados da Stratfor deve-se ao fato
da não encriptação (conversão ou transmissão de dados em código) da informação,
o que será um grande embaraço para uma empresa que fornece análises políticas,
econômicas e militares para clientes que precisam reduzir os riscos de
segurança.
Entre os clientes da empresa, que
fornece serviços de informação de defesa, lobby político e econômico,
encontram-se algumas das 500 organizações mais lucrativas do mundo listadas na
revista Fortune, como a BNP Paribas, Wester Union, American Express ou Visa,
entre outras, e o Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
Os Anonymous anunciaram
o ataque através do Twitter e
justificaram a ação como uma “doação de Natal”. O grupo divulgou também,
no Twitter, a lista das empresas clientes da Stratfor
juntamente com os respetivos dados dos cartões de crédito, como o Departamento
da Defesa norte-americano, o Exército, a Força Aérea e empresas do ramo
tecnológico como a Apple ou a Microsoft.
Segundo diário norte-americano New York Times, os hackers mostraram ainda imagens de recibos de
transferências feitas a partir de alguns desses cartões de crédito para
instituições de caridade, acompanhadas da frase de agradecimento: “Obrigado!
Agência de Segurança Interna”.
Um dos recibos divulgados estava em
nome da Cruz Vermelha Norte-americana e tinha o nome de um ex-responsável do
Departamento Governamental Bancário do Texas, Allen Barr. Citado pelo mesmo
jornal norte-americano, Barr afirmou que foram debitados US$ 700 do seu cartão
a favor de várias instituições de solidariedade.
– Foram todas instituições de
caridade, Cruz Vermelha, CARE, Save The Children. Por isso, quando a empresa do
cartão de crédito contactou a minha mulher ela não tinha a certeza se tinha
sido eu a fazer a doação – explicou.
Fred Burton,vice-presidente da
Stratfor, cujo site se encontra em manutenção, disse à agência norte-americana
de notícias Associated Press que a empresa apresentou queixa às autoridades e
que trabalham em conjunto na investigação.
Os Anonymous cumpriram, desta forma,
a ameaça divulgada há algumas semanas de realizar um ataque a sites de grandes
instituições durante o fim-de-semana de Natal. Em um e-mail aos clientes,
a que a AP teve acesso, a Stratfor afirma que suspendeu o
correio eletrônico e os seus servidores.
Fonte: Esquerdanet via
Correio do Brasil
Belo Monte não é a única
Por Elaine Tavares*
Apesar de toda a mobilização dos indígenas,
ribeirinhos e lutadores sociais, segue a construção da barragem de Belo Monte,
que deve inundar 668 quilômetros de mata e de vida.
O consórcio Norte, vencedor da licitação, envolve uma série de empresas
que vai desde a Eletronorte, construtoras como a Queiróz Galvão e Mendes
Junior, o grupo espanhol Iberdrola, até fundos de pensão da Petrobrás e do Banco
do Brasil. O que significa que é também o dinheiro dos trabalhadores que está
financiando o monstro. Pelo menos nove povos indígenas serão afetados
diretamente pela barragem assim como 210 sítios arqueológicos.
Mas, apesar de toda a carga de destruição desta mega usina que pretende
ser a terceira maior do mundo, ela não deve ser a única a ser construída na
região amazônica. Pelos menos 140 outros empreendimentos deste tipo estão
planejados para o espaço geográfico que hoje concentra 60% de todas as florestas
do mundo e que é responsável pelas variações climáticas de todo o planeta.
Destes 140 empreendimentos mais de 60 estão em solo brasileiro, especificamente
na floresta. As demais se espalham pelo Equador, Peru, Colômbia e Bolívia. Isso
se considerarmos só a América do Sul. Porque também estão sendo construídas
barragens nos países da América Central. Uma delas, a de Diquis, na Costa Rica,
que deve inundar mais de 12 mil hectares, também tem sido palco de muita luta,
já que deverá destruir pelo menos cinco etnias.
Segundo Jeffery Lopez, da Organização Dtsö, o projeto da Diquis é
antigo, mas, no passado, estava conectado com a expansão do sistema elétrico
nacional. Só que agora, a proposta já não é gerar energia para os
costarriquenhos, e sim para exportação. "Essa proposta tomou corpo nos
anos 90, quando os países da América Central entraram num processo de abertura
de suas economias. Foi o famigerado Plano Puebla/Panamá, inventado pelos
Estados Unidos para garantir a livre circulação de mercadorias". Dentro
desse plano, que foi alavancado pelo preposto dos EUA na América baixa, o
presidente Vicente Fox, do México, sob o comando do Banco Mundial, estava
contido a proposta da construção de uma série de obras destinadas ao
"desenvolvimento" da região, tais como estradas, oleodutos,
gasodutos, portos, aeroportos e hidrelétricas. Também foi embutido o
"amistoso" plano da construção de um sistema de integração
energética. Na verdade, os Estados Unidos estavam cimentando a base de um
corredor que poderá sugar a energia das águas da região amazônica, o petróleo
mexicano, além do petróleo venezuelano e o gás boliviano. É um gigantesco
projeto, iniciado em 2002 e que segue seu curso, sem que as gentes se dêem
conta do tamanho do estrago.
Como as lutas dos povos acontecem de forma fragmentada, conforme vão sendo implementadas as obras, fica bem difícil enxergar o todo. Mas, com um pouco de paciência se pode ir montando o mosaico.
Como as lutas dos povos acontecem de forma fragmentada, conforme vão sendo implementadas as obras, fica bem difícil enxergar o todo. Mas, com um pouco de paciência se pode ir montando o mosaico.
Hoje, está em andamento da América Central, com a participação de várias
multinacionais europeias, a construção de uma linha de mais de 1800 quilômetros
que atravessa todos os países até o México e dali outra linha segue para os
Estados Unidos. Assim, além das barragens, também as torres de transmissão
devem desalojar milhares de pessoas e provocar um verdadeiro desastre
ambiental. Dessa interconexão elétrica também deverá fazer parte Belo Monte e
todas as demais usinas que estão sendo construídas na Amazônia. Ou seja, o
caminho está feito para que a energia gerada seja exportada para quem dela precisa:
os Estados Unidos, seja no seu próprio território ou nos territórios onde
vicejam suas grandes empresas (as sugadoras de energia).
No Brasil, esse processo começou praticamente no mesmo momento que o
Plano Puebla Panamá (esse firmado em 2002). Foi durante o governo de Luís
Inácio, que assumiu em 2003, e nominou de Plano de Aceleração do Crescimento, o
PAC, o ambicioso projeto de desenvolvimento baseado na construção de obras de
infra-estrutura. Naqueles dias, a proposta do PAC apareceu para as gentes
brasileiras como um esperado sonho de crescimento e fartura, mas com o andar da
carruagem o que se viu foi o desenvolvimento da riqueza dos "de
sempre", sobrando para a maioria a fatura dos enormes custos sociais e
ambientais. Como o dinheiro jorrou rápido, as obras foram sendo feitas às
pressas, sem diálogo com as comunidades e muito menos sem o planejamento
adequado.
As barragens estão nesse contexto do PAC, que é a versão brasileira da
Iniciativa para a Integração da Infra-estrutura Regional Sul-americana (IIRSA),
e o governo não pensa, nem por um segundo, estancar essa loucura de obras a
qualquer custo. E aí é importante perceber que não se trata só de um desejo de
crescimento do país, como afirmam Luís Inácio e Dilma, mas sim um plano
meticulosamente traçado nas mesas do Banco Mundial, sob o olhar atendo do
governo estadunidense. Basta observar que a IIRSA – que reúne 12 países da
América do Sul num plano de "desenvolvimento" - é uma proposta
nascida nos EUA, e financiada pelo Bando Interamericano de Desenvolvimento.
Também vale destacar que a proposta de desenvolvimento embutida nesses projetos
não gera nem nunca gerou melhorias reais para a vida das gentes.
Além da usina de Belo Monte (capaz de gerar 11 mil megawatts), que
atualmente tem provocado bastante discussão, outro projeto grandioso é o das
duas grandes barragens nas corredeiras de Santo Antônio e do Jirau, no Rio
Madeira (6 mil megawatts), dentro do estado de Rondônia, Amazônia, que vai
alagar 271 quilômetros e que está sob o controle da Odebrecht e da Andrade
Gutierrez, entre outras. Isso sem contar as outras barragens médias e pequenas
(gerando de 3 mil a 200 megawatts cada uma), também planejadas para a região.
São tantas que até um olhar ingênuo, de alguém não especialista em energia, pode
suspeitar.
O argumento usado por aqueles que defendem as barragens é que esses
megawatts todos são necessários para que não aconteça outro apagão como os dos
anos de 2001 e 2002. Por isso acusam os que são contra de estarem impedindo o
desenvolvimento do país. Mas, como precaução e caldo de galinha não prejudicam
ninguém, é bom ficar de olho nesses argumentos e exigir a verdade. Quanto dessa
energia será realmente usado no Brasil? Quanto será exportado? Quem é que
verdadeiramente suga a energia? Essa pergunta precisa de uma resposta urgente e
correta, pois é mais do que certo de que não é o consumo doméstico. Não seriam
as grandes indústrias, que inclusive tem seus preços subsidiados? É o que diz o
Movimento dos Atingidos pelas Barragens, tendo já provado isso nos estudos que
realizou o ano passado para levar em frente uma campanha pela redução do custo
da energia. Quanto maior o empreendimento, menor é o custo da energia. Os
pobres são os que pagam mais. E quanto mais empobrecida a região, também mais
cara a energia. Agora imaginem o que pode acontecer com todo o sistema
privatizado? O certo é que lutar por justiça na distribuição e uso da energia
não é ser contra o desenvolvimento, e sim contra o roubo.
Não bastasse todo o prejuízo que essas obras causarão ao meio ambiente,
as comunidades indígenas estão sendo obrigadas a aceitar dinheiro como
compensação pela perda dos territórios, mesmo dizendo não aos projetos. Isso
vai contra a própria Constituição do país que determina a consulta aos povos
sobre qualquer intervenção nas suas terras. Mas, nada detém os tratores nem os
governantes. Ao que parece, nem o governo nem as empreiteiras estão preocupadas
com as gentes ou os impactos ambientais até porque consultores pagos pelo Banco
Mundial divulgam "estudos" alegando que não haverá qualquer problema.
Ou seja, conluio total.
Por outro lado estudos feitos fora do âmbito oficial são pródigos em
identificar problemas com relação ao processo migratório dos animais, extinção
de peixes, impactos nas comunidades indígenas, escassez alimentaria,
desestruturação comunitária, perda de identidade dos povos, perda da
biodiversidade. Isso sem contar o desarranjo climático que todas essas
intervenções poderão promover e que já se fazem sentir.
Boa parte dos especialistas em energia no Brasil insiste na defesa das
obras, e considera ingênuas as propostas que já existem, de modernização do
sistema existente, de ajuste nas perdas de transmissão ou da construção de
alternativas ambiental e humanamente equilibradas. Na verdade, corroboram a
sangria de bilhões de dólares que serão entregues aos conglomerados da
indústria da construção e o endividamento acelerado do país em nome de um
"desenvolvimento" altamente duvidoso.
O fato é que as obras estão em andamento, a Amazônia está sendo recortada,
devastada, inundada artificialmente e tudo isso para gerar riqueza bem longe
daqui. O grito de luta que se ouve contra Belo Monte deve ecoar também nas
demais localidades onde estão sendo construídas ou planejadas novas usinas e
barragens. São muitas e fazem parte de um plano só. É hora de as gentes
lutadoras, dos sindicatos, dos movimentos sociais, acordarem. Um pouco mais e
será tarde. Essa não é uma luta só dos que serão atingidos territorialmente.
Como o que acontece na Amazônia se reflete no resto do planeta, essa é uma luta
de todos.
Veja nesse mapa interativo onde estão as obras de barragens, quem são as
empresas que cuidam da destruição e os impactos humanos e ambientais que elas
causarão. www.dams-info.org
O site foi desenvolvido pela Fundação Proteger, da Argentina e pela
International Rivers, dos Estados Unidos, contando com o apoio financeiro da
ECOA, Brasil.
*Publicado em Povos Originários, via Diário Liberdade. Elaine Tavares é jornalista.
Leilão de novas hidrelétricas fica para 2012
O
Ministério de Minas e Energia agendou para o dia 26 de abril de 2012 o Leilão
A-5, voltado para a contratação de energia gerada a partir de usinas
hidrelétricas e com início do suprimento em até cinco anos.
O Leilão
A-5 prevê a contratação de novos projetos voltados para construção ou ampliação
de usinas hidrelétricas e estava previsto para ocorrer neste final de ano,
apesar de muitas das obras sequer possuírem licença prévia.
Saiba mais: Ibama suspende audiências e Aneel marca leilão de hidrelétricas sem licenciamento
sábado, 24 de dezembro de 2011
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
É Natal...
Auto de Natal do pernambucano João Cabral de Melo Neto, publicado em 1942, "Morte e Vida Severina", relata a migração de um sertanejo até uma cidade grande e seus encontros com a morte, o latifúndio e a miséria.
Musicados por Chico Buarque em 1965, os poemas viraram enredo de um sucesso no teatro e em 1981 virou um especial na tv Globo.
A obra atravessou setenta anos, emocionando gerações e mostrando que a chamada questão do Nordeste está ainda presente.
Seguem três trechos marcantes:
Gota D’água pede e governo nega paralisação de Belo Monte
Em
audiencia com ministros, Movimento entrega 1,35 milhão de assinaturas contra
usina e documento à Dilma Rousseff, mas governo diz que investimentos ja são
grandes demais para retroagir, apesar de problemas no processo
No final desta terça feira, 17, os
representantes do Movimento Gota D’água Sergio Marone, Maria Paula e Natalia
Dill, acompanhados da coordenadora do Movimento Xingu Vivo para Sempre, Antonia
Melo, e do padre Ricardo Rezende, do Movimento Humanos Direitos, foram
recebidos em audiência pelos ministros da Secretaria Geral da Presidência,
Gilberto Carvalho, do Meio Ambiente, Isabella Teixeira, e de Minas e Energia,
Edison Lobão, para discutir o polêmico projeto de Belo Monte. Na oportunidade,
foi feita a entrega simbólica do 1,35 milhão de assinaturas colhidas pelo Gota
D’água contra a usina.
De acordo com Antônia Melo, apesar de
garantirem uma predisposição para ampliar o diálogo sobre a política energética
brasileira, os representantes do governo foram taxativos ao afirmar que Belo
Monte não será paralisada em função dos grandes investimentos já feitos na
obra. “Quando falamos dos problemas da falta de diálogo com as populações
atingidas, Lobão tentou argumentar que Belo Monte é um projeto gestado por mais
de 40 anos, período em que os indígenas, por exemplo, teriam sido
suficientemente ouvidos. Mas no fim admitiram falhas no processo de Belo Monte,
ao dizer que os próximos projetos de hidrelétricas na Amazônia seriam
conduzidos de forma diferente”, relata.
Segundo a coordenadora do Xingu Vivo,
o governo admitiu que o número de assinaturas coletadas pelo Gota D’água é
expressivo, e que, diante disso, estaria disposto a ampliar o dialogo. Também
deixou claro que estaria envolvendo o movimento em futuras discussões por serem
seus membros “formadores de opinião”. “Os ministros falaram que querem realizar
um grande seminário sobre política energética em fevereiro de 2012, e
convidaram o Gota D’água a participar. O movimento agradeceu o convite, mas
ponderou que levará especialistas que confrontam a visão técnica do governo”.
Já segundo Sergio Marone, que leu uma
extensa carta endereçada a presidente Dilma Rousseff, “ao passo que o governo
se mostrou irredutível [acerca de Belo Monte], nós continuaremos a nossa
campanha pela imediata paralisação da obra, ao mesmo tempo em que
pressionaremos pela abertura de um debate sobre política energética que envolva
um dialogo verdadeiro, onde as demandas das populações são ouvidas e
considerada
Leia o documento entregue ao governo no sítio do Xingu Vivo
Agricultores protestam contra fim de convênio para construção de cisternas
CPT
teme perda de autonomia por parte das famílias e a volta do
"clientelismo"
Patrícia
Benvenuti*
Cerca de 15 mil agricultores da região do Semiárido realizaram, na manhã desta terça-feira (20), uma manifestação para criticar o fim do repasse de verbas federais para a construção de cisternas.
De Juazeiro (BA), os trabalhadores seguiram em marcha pela ponte que liga a cidade a Petrolina (PE). Depois de um piquete na ponte, os agricultores encerraram o ato na praça da catedral do município pernambucano.
O motivo do protesto foi o término da parceria de oito anos entre o governo federal e a Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA) - rede que conta com mais de mil entidades. Com isso, a ASA não poderá dar continuidade aos programas 1 Milhão de Cisternas (P1MC) e Uma Terra e Duas Águas (P1+2), que visam à construção de cisternas para captação de água da chuva em comunidades rurais.
O fim do convênio foi anunciado em 8 de dezembro pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Segundo justificativa recebida pela ASA, os recursos para as cisternas serão transferidos para o Programa Água para Todos, que integra o Plano Brasil Sem Miséria, executado apenas por meio de estados e municípios. Com a mudança, o governo passará a distribuir cisternas de plástico aos agricultores que, antes, por meio dos convênios com a ASA, construíam suas próprias cisternas de placas.
Para Roberto Malvezzi (Gogó), assessor da Comissão Pastoral da Terra (CPT), a iniciativa do governo é um retrocesso ao trabalho de convivência com o semiárido que a ASA desenvolvia junto às comunidades. "Isso [a construção das cisternas] envolve que se vá ao campo, converse com as famílias. Não é só a construção de cisternas, é todo um processo educativo", explica.
O efeito, de acordo com Gogó, será a perda de autonomia por parte das famílias e a volta do "clientelismo" na região. "[A chegada das cisternas prontas] não envolve pedreiros, técnicos, não se faz capacitação. Com isso, a água volta a ser moeda de troca, e vai aparecer um 'coronelzão para ajudar as famílias", adianta.
Segundo a ASA, a parceria beneficiou diretamente mais de dois milhões de pessoas, em 1.076 municípios, a partir da construção de quase 372 mil cisternas de placas e capacitação de cerca de 12 mil trabalhadores.
Gogó alerta ainda para o aumento de gastos públicos que virá com a mudança. Ele explica que, enquanto uma cisterna de placas custa 2,080 mil reais, uma cisterna de plástico custa 3 mil reais, além de 1,5 mil para ser instalada por uma empresa privada. Além do aumento de custos, a estimativa dos agricultores é de que a durabilidade e a resistência das cisternas de plástico, devido ao calor da região, sejam inferiores.
As desvantagens do novo método, para o integrante da CPT, evidenciam que a escolha está relacionada a objetivos políticos, de incrementar os números dos programas federais. "Isso é só para cumprir as tais metas do Programa Brasil sem Miséria. Vai ser um gasto de recurso público que vai virar sucata", lamenta.
Para dar continuidade aos programas, a Articulação do Semiárido deverá, por sugestão do próprio Ministério do Desenvolvimento Social, negociar suas ações diretamente com os estados. Em nota divulgada, a ASA classifica a medida como uma "tentativa de anular a história de luta e mobilização no Semiárido, devido à incapacidade do próprio governo em atuar com as ONGs, sem separar o joio do trigo, e não ter, até hoje, construído um marco regulatório para o setor, uma das promessas de campanha da presidenta Dilma".
Cerca de 15 mil agricultores da região do Semiárido realizaram, na manhã desta terça-feira (20), uma manifestação para criticar o fim do repasse de verbas federais para a construção de cisternas.
De Juazeiro (BA), os trabalhadores seguiram em marcha pela ponte que liga a cidade a Petrolina (PE). Depois de um piquete na ponte, os agricultores encerraram o ato na praça da catedral do município pernambucano.
O motivo do protesto foi o término da parceria de oito anos entre o governo federal e a Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA) - rede que conta com mais de mil entidades. Com isso, a ASA não poderá dar continuidade aos programas 1 Milhão de Cisternas (P1MC) e Uma Terra e Duas Águas (P1+2), que visam à construção de cisternas para captação de água da chuva em comunidades rurais.
O fim do convênio foi anunciado em 8 de dezembro pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Segundo justificativa recebida pela ASA, os recursos para as cisternas serão transferidos para o Programa Água para Todos, que integra o Plano Brasil Sem Miséria, executado apenas por meio de estados e municípios. Com a mudança, o governo passará a distribuir cisternas de plástico aos agricultores que, antes, por meio dos convênios com a ASA, construíam suas próprias cisternas de placas.
Para Roberto Malvezzi (Gogó), assessor da Comissão Pastoral da Terra (CPT), a iniciativa do governo é um retrocesso ao trabalho de convivência com o semiárido que a ASA desenvolvia junto às comunidades. "Isso [a construção das cisternas] envolve que se vá ao campo, converse com as famílias. Não é só a construção de cisternas, é todo um processo educativo", explica.
O efeito, de acordo com Gogó, será a perda de autonomia por parte das famílias e a volta do "clientelismo" na região. "[A chegada das cisternas prontas] não envolve pedreiros, técnicos, não se faz capacitação. Com isso, a água volta a ser moeda de troca, e vai aparecer um 'coronelzão para ajudar as famílias", adianta.
Segundo a ASA, a parceria beneficiou diretamente mais de dois milhões de pessoas, em 1.076 municípios, a partir da construção de quase 372 mil cisternas de placas e capacitação de cerca de 12 mil trabalhadores.
Gogó alerta ainda para o aumento de gastos públicos que virá com a mudança. Ele explica que, enquanto uma cisterna de placas custa 2,080 mil reais, uma cisterna de plástico custa 3 mil reais, além de 1,5 mil para ser instalada por uma empresa privada. Além do aumento de custos, a estimativa dos agricultores é de que a durabilidade e a resistência das cisternas de plástico, devido ao calor da região, sejam inferiores.
As desvantagens do novo método, para o integrante da CPT, evidenciam que a escolha está relacionada a objetivos políticos, de incrementar os números dos programas federais. "Isso é só para cumprir as tais metas do Programa Brasil sem Miséria. Vai ser um gasto de recurso público que vai virar sucata", lamenta.
Para dar continuidade aos programas, a Articulação do Semiárido deverá, por sugestão do próprio Ministério do Desenvolvimento Social, negociar suas ações diretamente com os estados. Em nota divulgada, a ASA classifica a medida como uma "tentativa de anular a história de luta e mobilização no Semiárido, devido à incapacidade do próprio governo em atuar com as ONGs, sem separar o joio do trigo, e não ter, até hoje, construído um marco regulatório para o setor, uma das promessas de campanha da presidenta Dilma".
*Fonte: Brasil de Fato (foto não faz parte da matéria original)
Fuso horário: Governo Federal derruba decisão de plebiscito (NOTÍCIA ATUALIZADA)
O eterno “horário de verão” a que estão submetidos os moradores do Acre, oeste do Pará e sudoeste do Amazonas deve durar até o infinito. A Presidência da República vetou o projeto de lei que restaurava o antigo fuso destas regiões, alterado em 2008.
Na ocasião, o oeste paraense que tinha uma hora a menos que Brasília ficou no mesmo fuso horário que a capital federal e de Belém. O Acre e uma pequena parte do Amazonas, que tinham duas horas a menos, também perdeu uma hora. Por meio de um Decreto Presidencial, estas regiões ganharam uma hora a mais em relação ao horário anterior.
Pelo projeto de lei aprovado no Congresso neste ano, os moradores da região deveriam atrasar os relógios em uma hora, ou seja, ficando duas horas atrás do horário de Brasília. A proposta seguia o resultado do referendo realizado no Acre em outubro de 2010, quando quase 60% dos eleitores foram a favor da mudança. No caso do Amazonas e do Pará, não houve consultas.
O veto foi assinado na terça-feira (20) pelo vice-presidente da República, Michel Temer, que exercia a função de presidente em exercício na ausência de Dilma Rousseff, que estava no Uruguai. Apesar de a maioria da população local ter sido favorável à adotar o fuso horário antigo, o vice-presidente vetou integralmente o projeto, sob o argumento de que nele não era bom para o país.
Segundo muitos analistas, a medida beneficia principalmente grandes meios de comunicação televisiva,que uniformizam a programação de acordo com a faixa etária.
ATUALIZAÇÃO (23/12/2011):
ATUALIZAÇÃO (23/12/2011):
Diante da repercussão do veto, a
presidente Dilma Rousseff resolveu enviar ao Congresso um projeto de lei
com regime de urgência para que a hora antiga do Acre e de parte do Amazonas
seja restabelecida. No Oeste do Pará, a situação não seria revista.
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