Com a decisão da juíza Cristina Collyer Damásio, da 4ª Vara Cível da Comarca de Altamira (PA), que determinou a desocupação imediata do canteiro de obras de Belo Monte, os centenas de manifestantes que ocupavam o lugar desde a madrugada se retiraram e liberaram o trânsito da rodovia Transamazônica. A juíza determinou ainda a proibição de ‘atos de turbação ou esbulho’ que poderiam comprometer o andamento da obra e estipulou multa diária de R$ 500 em caso de desobediência
Dois oficiais de justiça acompanhados de policiais de um grupo tático e homens da Força Nacional de Segurança foram ao local imediatamente após a decisão judicial. Junto com eles estavam também, os advogados do consórcio Norte Energia, responsável pela construção da obra. Por volta das 19:30h, indígenas, ribeirinhos, moradores de Altamira e participantes do Seminário Internacional “Territórios, ambiente e desenvolvimento na Amazônia” que ocorreu em nesta semana. Os manifestantes foram colocados dentro de ônibus e escoltados até Altamira.
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Entretanto, mesmo após a decisão, os índios, pesacadores e ribeirinhos afirmaram que vão manter o movimento. ‘Belo Monte só vai sair se cruzarmos os braços. Não podemos ficar calados. Temos que berrar e é agora. Não vamos sair daqui. Somos guerreiros e vamos lutar. Não vamos pedir nada ao governo, mas exigir o que a Constituição nos garante. Nossos antepassados lutaram para que nós estivéssemos aqui. Já foram feitos vários documentos, várias reuniões e nada mudou. As máquinas continuam chegando’, disse Juma Xipaia, liderança de uma das etnias afetadas pela obra.
Para proteger o empreendimento privado contra novos protestos, a Força Nacional de Segurança contará com estrutura própria dentro do canteiro de obras. A medida visa reprimir novos protestos no local, tanto de adversários da hidrelétrica de Belo Monte como de trabalhadores que venham a ser contratados.
*Com algumas informações de “O Liberal”, G1, Valor e fontes locais.