A extração ilegal de madeira em terras da
União na Amazônia prossegue, mesmo com o recente anúncio do governo de que
manterá vigilância permanente nas áreas de proteção mais ameaçadas. Em sobrevoo
no último dia 3 de outubro, a ONG Greenpeace flagrou e documentou com fotos
extração ilegal de madeira na área de amortecimento da Reserva Extrativista
(Resex) Verde para Sempre, a maior do país, entre os rios Xingu e Amazonas, no
município de Porto de Moz, no Pará. De acordo com o Greenpeace, as terras
pertencem à União e chegaram a ser alvo de um projeto de assentamento do Incra
que foi barrado pela Justiça Federal, justamente por ferir questões ambientais.
O Greenpeace ingressa nesta sexta-feira com pedido
no Ministério Público Federal (MPF) do Pará para que a polícia investigue a
exploração ilegal de madeira na área e já encaminhou comunicado ao Ministério
do Meio Ambiente. No sobrevoo, o Greenpeace identificou clareiras de corte
ilegal de árvores e documentou uma balsa gigantesca fazendo o transporte de
toras pelo Rio Jauruçu, que corta a reserva. De acordo com a ONG, o sistema de
licenciamento da Secretaria de Meio Ambiente do Pará não registra autorização
de exploração florestal na área mapeada.
— Não é uma operação de extração pequena. É enorme,
com intensa movimentação de caminhões, estradas abertas e clareiras onde os
cortes de árvores já foram feitos. Avistamos uma balsa no rio e outras nove
paradas num porto na cabeceira do rio utilizadas para o transporte da madeira
cortada — conta Danicley Aguiar, integrante do Greenpeace.
Fonte: O Globo