O 2° turno nas eleições municipais
no próximo dia 28 de outubro ocorrerá em cinquenta grandes municípios do país
(mais de 200 mil eleitores), destes, 17 capitais. Dos 83 municípios com maior número
de eleitores, 33 definiram seus prefeitos no primeiro turno.
A análise do quadro político
nestes municípios se torna fundamental não só pela maior densidade eleitoral,
como também pelo peso econômico destes centros e principalmente por ajudar a
desenhar tendências que podem apontar cenários para as eleições presidenciais
em 2014.
A perda de espaço dos
partidos da oposição de direita ao governo federal (PSDB, DEM e PPS), a sinalização
de que partidos da base aliada podem sair com candidaturas próprias em 2014
(PMDB e PSB) e a discussão se houve avançou ou recuo do PT nestes municípios
foi pauta de diversos analistas políticos dos grandes meios nos últimos dias.
No primeiro turno, o PT não
levou em centros importantes, principalmente algumas capitais, onde exercia
grande influência no passado recente, e candidatos de outros partidos, alguns
aliados outros adversários do governo federal, venceram o pleito. É o caso, por
exemplo, de Aracaju, um dos raros sucessos do Democratas, que derrotou a
candidatura do PSB, apoiado pelo PT e pelo governador Marcelo Deda. Em Porto
Alegre, onde o PT governou por 16 anos (1989-2005), o partido ficou em terceiro
colocado, perdendo para o PDT e PCdoB, situação igual a Recife, onde o
diretório municipal sofreu intervenção nacional para impor a candidatura do
ex-ministro Humberto Costa, e o PT
acabou perdendo a prefeitura em que governava há 8 anos para o PSB e ficando
atrás do PSDB.
Em Belo Horizonte, os
petistas perderam para o aliado PSB, que foi apoiado pelo PSDB. O PT ficou mal
localizado ainda em Vitória (3ª colocação); Belém (7ª); São Luiz (4ª); Campo
Grande (4ª); Natal (3ª); Porto Velho (5ª) e Macapá (3ª). Chama atenção em
alguns casos, a derrota de petistas históricos em parte destas capitais como é
o caso de Belo Horizonte (ex-ministro Patrus Ananias), Vitória (ex-ministra
Irany Lopes) e Porto Velho (senadora Fátima Cleide).Fazendo parte de
coligações, o PT perdeu ainda em Florianópolis (com o PCdoB) e em Maceió (com
PDT).
Nas grandes capitais, o PT
venceu no primeiro turno apenas em Goiânia, mas disputará segundo turno em São
Paulo e Fortaleza, onde dois candidatos apresentados como “postes” possuem grandes chances de vitória, com grande simbolismo, por derrotar os tucanos na maior cidade do país (São Paulo) e vencer em um dos núcleos de "aliados rebeldes" (Fortaleza). O PT participou da coligação que elegeu os
prefeitos do Rio de Janeiro (PMDB) e vai ao segundo turno com candidaturas
próprias em João Pessoa, Salvador, Rio Branco e Cuiabá. Em coligações, o PT disputa o segundo turno em
Manaus (com o PCdoB) e Curitiba (com o PDT).
Nos demais municípios interioranos
com mais de 200 mil eleitores, o PT venceu em 07 no primeiro turno (04 no
estado de São Paulo; 01 em Minas Gerais; 01 no Rio Grande do Sul e 01 em Goiás)
e vai ao segundo turno com candidaturas próprias em outros 17 municípios deste
tipo (07 no estado de São Paulo; 02 no estado do Rio de Janeiro; 03 em Minas
Gerais; 03 no Paraná; 01 no Rio Grande do Sul e 01 na Bahia).
O PT é o partido que mais
elegeu prefeitos neste tipo de município no primeiro turno (8) e que mais candidatos
têm no segundo turno (22), afora algumas coligações da qual faz parte e que
venceram no primeiro turno ou que estão no segundo turno.
O seu maior adversário, o
PSDB, elegeu 06 candidatos no primeiro turno e vai ao segundo turno em outros
17. O PSB levou 05 prefeituras em primeiro turno nos municípios com mais de 200
mil eleitores e disputa em outros 6. O PMDB, elegeu 4 prefeitos no primeiro
turno neste tipo de município e disputa a prefeitura em segundo turno em outros
14.