Clara Roman*
A
aparição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na propaganda eleitoral de
Edmilson Rodrigues (PSOL), candidato à Prefeitura de Belém (PA), espantou
setores mais à esquerda da coligação.
Além da saída do PSTU, a entrada do PT na campanha fez a Corrente
Socialista dos Trabalhadores (CST), uma das correntes do PSOL, abandonar a
campanha do candidato de seu partido.
Para Sílvia Santos, da direção nacional do PSOL e integrante da CST, a
presença de Lula é "inaceitável", porque o PSOL nasceu da
"traição do PT" --a sigla foi criada em 2004 por dissidentes
insatisfeitos com o governo Lula.
O próprio Edmilson foi prefeito de Belém de 1997 a 2004 pelo PT, depois
de dois mandatos como deputado estadual pelo partido. Em 2005, deixou o PT e se
filiou ao PSOL.
A CST reclama que a participação de Lula na campanha não teve discussão
interna.
Além da CST, o PSTU também abandonou a campanha de Edmilson por causa da
entrada do ex-presidente.
Eleito vereador em Belém, Cléber Rabelo (PSTU) afirmou que, com a
aliança ao PT, o partido perdeu a confiança em que o programa de Edmilson
corresponda a reivindicações dos trabalhadores.
"Isso faz parte do vale-tudo eleitoral", afirma Rabelo. Mesmo
assim, o partido, da mesma forma que a CST, declarou "voto crítico"
em Edmilson, que disputa contra Zenaldo Coutinho (PSDB).
Em nota, a campanha de Edmilson disse que o apoio de Lula e da
presidente Dilma Rousseff foi uma manifestação que partiu do PT e que a
coligação continua unida.
Fonte: Folha (figura não incluída na matéria original).