Cristiane Capuchinho*
Após declarar a suspensão da greve nas universidades federais e instituições de ensino superior federais no domingo (16) , o Andes-SN
(Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) considera
ter conseguido ganhos políticos importantes com a paralisação das aulas por
quase quatro meses.
“Foi uma greve forte, em que muitos professores
novos passaram a fazer parte dessa greve. Hoje temos um movimento mais coeso.
Mostramos à sociedade como as universidades estão sucateadas, sem condições de
oferecer ensino de qualidade e com professores desvalorizados”, diz Marinalva
de Oliveira, presidente do Andes-SN.
A paralisação nacional teve início em 17 de maio e
chegou a ter adesão de 58 das 59 universidades federais, a única universidade a não entrar em greve foi a UFRN.
O movimento reivindicava, entre outras coisas, a reestruturação da carreira
docente e reajustes salariais.
Para a presidente do sindicato, “o governo foi
intransigente durante esse período e não conseguiu dialogar com as
reivindicações dos professores”, o que explica a continuidade da greve mesmo
após o encerramento das negociações por parte do governo no dia 1° de agosto.
As negociações entre os professores de universidades federais em greve e o governo foram encerradas após assinatura de acordos com a Proifes (Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior). De acordo com Marinalva, “o governo escolheu
um ente para assinar o acordo que não representa a categoria docente”.
Apesar do fim da greve, para a presidente do
sindicato os objetivos da paralisação não foram atingidos. “Não tivemos ganho
na melhoria das condições de trabalho. Os professores estão voltando porque
compreendem que precisam suspender a greve”, afirmou . O sindicato deve agora pedir modificações no Projeto de Lei 4.368/12 que trata sobre modificações na carreira de docentes.
Volta às aulas
O fim da greve não significa volta imediata às
aulas. Cada universidade deve decidir seu calendário de reposição de aulas.
Algumas instituições já definiram o novo calendário - é o caso da UFPB e da UFRJ. A UFPE retornou às aulas nesta segunda-feira (17).
Fonte: Uol