Carolina Gonçalves*
Os servidores do
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) decidiram manter a
greve que já dura mais de dois meses. Na assembleia encerrada na noite de ontem
(4), a maior parte dos funcionários do órgão decidiu aguardar uma nova proposta
do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão que atenda às reivindicações
da categoria, mesmo com a sinalização do governo de que não haverá novas
negociações.
“O Incra precisa de mais servidores e
de mais de orçamento [R$ 4 bilhões neste ano]”, criticou Reginaldo Marcos
Aguiar, diretor nacional da Confederação Nacional das Associações dos
Servidores do Incra (Cnasi). Segundo ele, até o final do governo Dilma
Rousseff, dos 5,5 mil funcionários na ativa, mais de 2 mil estarão em condições
de se aposentar.
“Com o orçamento que temos hoje, não
conseguimos fazer várias ações, como assentar famílias e regularizar terras
como a de quilombolas. Temos péssimas condições de trabalho, salário ruim e
orçamento insuficiente”, acrescentou Aguiar.
Para os servidores de carreiras como
perito federal agrário e de reforma e desenvolvimento agrário, a proposta de
remuneração apresentada nos dias 26 e 28 de agosto “eram equivocadas e apenas
compensavam as perdas inflacionárias dos próximos três anos, não proporcionando
qualquer evolução salarial dos profissionais do Incra”, disse Aguiar.
Segundo o diretor, a proposta
representaria um acréscimo de cerca de R$ 200 reais ao salário mensal de quase
70% dos servidores.
“Mantemos a greve e estamos com duas
ações em andamento. Uma é pela reestruturação das carreiras, com melhorias. A
outra ação é para tentar inferir emendas ao Ploa [Projeto de Lei Orçamentária
Anual de 2013]. Neste momento, tem uma equipe nossa em Roraima, conversando com
o relator da medida [senador Romero Jucá (PMDB-RR)].”
Em relação à reestruturação das
carreiras, os grevistas estão tentando manter diálogos com a equipe do
Planejamento. A assessoria do ministério sinalizou que as reuniões para debater
a reestruturação de carreiras do serviço público vão ocorrer a partir deste
mês.
Fonte: Agência Brasil - Edição:
Carolina Pimentel -Fotografia: Arquivo pessoal (não faz parte da matéria original)