No dia 23 de julho foi publicado em três páginas no jornal Folha de São
Paulo um informe publicitário da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo) sob o título “Hidrelétrica com reservatório”. Os anúncios defendiam
essa fonte como a grande saída para geração de energia elétrica no país. Os
argumentos usados? Ela é a mais limpa, mais barata e mais segura para a matriz
elétrica brasileira. Hoje (06 de agosto), o Greenpeace publicou uma paródia na
página A16 do mesmo jornal, mostrando que a realidade não é bem assim.
Para o Greenpeace, além de não contabilizar o custo real para as pessoas, a
biodiversidade e o clima, a conta da Fiesp não considera que, quando há
incentivo, outras fontes ficam igualmente competitivas. É o caso da energia
eólica, que ficou muito mais barata nos últimos anos, equiparando seus custos
aos das barragens.
Para a Ong, o argumento da segurança – que seria garantida com o
armazenamento de água nos reservatórios – também é falacioso, já que as
hidrelétricas não conseguem driblar o problema das secas, cada vez mais
frequentes em um mundo ameaçado pelas mudanças climáticas. E o título de
‘sustentável’ cai por terra quando se olha para o rastro de conflitos e
destruição que as grandes barragens na Amazônia têm deixado nos últimos anos.