Dário e Davi Yanomami com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e a subprocuradora, Deborah Duprat (Foto: Hutukara) |
Depois de uma década de ações
judiciais e campanhas internacionais, as amostras de sangue do povo Yanomami
coletadas sem autorização da etnia, entre os anos de 1967 e 1970, para
pesquisas genéticas em laboratórios de universidades dos Estados Unidos foram repatriadas
ao Brasil. A informação é da Hutukara Associação Yanomami (HAY) e da
Procuradoria Geral da República.
A Procuradoria Geral da
República ainda não divulgou à imprensa os nomes dos laboratórios americanos
que devolveram o material genético, quais universidades eles pertencem e número
de amostras repatriadas até o momento.
Para o povo Yanomami, o sangue
coletado indevidamente de cerca de 3.000 índios foi um crime contra os costumes
tradicionais da etnia previsto na Constituição brasileira. Muitos dos índios
que tiveram material genético coletado pelos pesquisadores norte-americanos já
são falecidos. Portanto, o sangue deles são restos mortais da etnia, que tem
como costume cremar os mortos.
Na última quinta-feira (26), em
Brasília, o líder Davi Kopenawa Yanomami e seu filho, Dario Vitório Yanomami,
receberam simbolicamente uma caixa com o material genético durante reunião com
o procurador-geral da República, Rodrigo Janot Monteiro de Barros, a
subprocuradora-geral da República, Deborah Duprat, além de um representante do
ISA (Instituto Socioambiental), organização que apoia a questão indígena.
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