Auditoria vai apurar se desvios da Lava Jato se estendem ao setor elétrico. Consórcio que constrói usina é formado por empresas ligadas à Petrobras.
Leia também: Responsável por Belo Monte contesta TCU e diz que usina é viável
Débora Cruz*
O Tribunal de Contas da União (TCU) acolheu nesta quarta-feira
(24) um pedido do Ministério Público para investigar possíveis irregularidades
no uso de recursos federais na implantação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte,
no Pará. A intenção é verificar – a começar pela hidrelétrica – se a prática de
irregularidades já identificadas na Operação Lava Jato, na Petrobras, se estendeu às empresas
estatais do setor elétrico.
O consórcio que constrói a usina é formado pelas mesmas
empreiteiras investigadas na Lava Jato: Camargo Corrêa, Odebrecht, Andrade Gutierrez,
OAS, Queiroz Galvão e Galvão Engenharia. Segundo o TCU, o objetivo é
identificar e prevenir desvios que possam causar prejuízos aos cofres públicos
e riscos ao sistema elétrico brasileiro.
Não há prazo para a conclusão da auditoria, que entrará na fase de
planejamento. A decisão de investigar Belo Monte
levou em conta o volume de recursos aplicados e a importância do empreendimento
para o setor elétrico.
Ausência de
denúncias
Segundo o relator do processo no TCU, ministro José Múcio Monteiro, a fiscalização terá início, mesmo sem a apresentação de denúncias até agora. “Não há nenhuma delação, não há nenhuma suspeição, apenas por conta do ambiente que nós vivemos, que estamos vivendo, nós resolvemos, num setor onde existe, de certa forma, alguns personagens que estão nesses outros processos, nós resolvemos, desde o início, do zero, sem nada, fazer uma checagem, e escolhemos uma delas para ver se há indícios [de irregularidades]. A gente está torcendo para que esteja tudo absolutamente dentro da normalidade.”
Segundo o relator do processo no TCU, ministro José Múcio Monteiro, a fiscalização terá início, mesmo sem a apresentação de denúncias até agora. “Não há nenhuma delação, não há nenhuma suspeição, apenas por conta do ambiente que nós vivemos, que estamos vivendo, nós resolvemos, num setor onde existe, de certa forma, alguns personagens que estão nesses outros processos, nós resolvemos, desde o início, do zero, sem nada, fazer uma checagem, e escolhemos uma delas para ver se há indícios [de irregularidades]. A gente está torcendo para que esteja tudo absolutamente dentro da normalidade.”
O relatório sugere a abertura imediata de fiscalização
considerando o "volume de recursos investidos em Belo Monte, que possui em
seu capital social parcela superior a 75% de recursos de origem pública, sua
importância para o setor elétrico, o percentual de 65% de avanço físico da
obra, e o número de empresas denunciadas na Operação Lava-Jato, envolvidas em
sua construção".
Em construção no Pará, Belo Monte tem a conclusão das obras
prevista para janeiro de 2019. Com um investimento estimado em R$ 28,9 bilhões,
a usina terá potência de 11.233 MW e deve gerar 4.571 MW médios,
instantaneamente.
Fonte: G1