sexta-feira, 8 de junho de 2012

Governadores da Amazônia vão à conferência Rio + 20


Por Edilberto Sena*
Que irão fazer e dizer as autoridades maiores dos nove estados que compõem a Amazônia Legal? Irão passear? Ou irão dizer às autoridades nacionais e internacionais, que os 30 milhões de habitantes desta rica região são explorados, tanto pelas empresas que chegam aqui e retiram as riquezas minerais e vegetais, levam para fora e são protegidas por leis injustas, quanto pelo próprio  governo brasileiro que investe 200 bilhões de reais em obras do Programa de Aceleração  do Crescimento (PAC) e nada investe na preservação  do meio ambiente
Terão os governos da Amazônia  legal coragem de denunciar perante os chefes de Estado do Brasil  e do mundo  que a Lei Kandir é uma imoralidade contra os povos da Amazônia? Será que denunciarão a construção de 30 grandes hidroelétricas na Amazônia que são crimes, ambiental, social e econômico contra a região? Tudo indica que nada disso farão os governadores.
Hoje*, em Manaus eles estarão reunidos para analisar um documento chamado de Pacto pelo Desenvolvimento Sustentável da Amazônia. Tal documento  preparado previamente por uma equipe de técnicos  dos governos estaduais, foi submetido à análise de 130 delegados de vários  setores da sociedade dos nove Estados da Amazônia Legal. A analise não podia ser séria, por ser pouco tempo, apenas dois dias e um volumoso documento, com 273 parágrafos. Além disso a equipe coordenadora submeteu os 130 convidados a um método superficial de análise em que pouco se podia modificar o texto, que não terá impacto ao ser levado pelos governadores à conferência Rio+20.
Boa parte dos convidados saiu do encontro decepcionada com o pobre resultado e certamente os chefes de Estado da conferência mundial ficarão decepcionados com a falta de ousadia dos amazônidas em denunciar as violências causadas pelo capital explorador e a subserviência das autoridades brasileiras. A Amazônia estará conformada em ser colônia de exploração de riquezas e violência ao povo e ao meio ambiente. Pois o dito pacto pelo desenvolvimento sustentável na Amazônia não passa de um arremedo de compromisso sério com os direitos dos povos da Amazônia. Que vergonha!
*Padre diocesano e Coordenador da Rádio Rural AM de Santarém. Editorial de 01° de junho de 2012.
Comentários
0 Comentários

0 comentários: