A
presidente Dilma Rousseff foi criticada
abertamente pela ex-premiê da Noruega Gro
Harlem Brundtland e pelo movimento feminista pelo fato de o
documento submetido à Rio+20 ser
omisso em relação à questão dos direitos reprodutivos.
"Não entendo como a presidente Dilma Rousseff [em sua fala inicial na Cúpula de Mulheres Líderes] menciona os direitos reprodutivos e esse tema não aparece no documento", disse Brundtland, considerada a mãe do termo "desenvolvimento sustentável", tema central da Rio+20.
"Não entendo como a presidente Dilma Rousseff [em sua fala inicial na Cúpula de Mulheres Líderes] menciona os direitos reprodutivos e esse tema não aparece no documento", disse Brundtland, considerada a mãe do termo "desenvolvimento sustentável", tema central da Rio+20.
Dilma pediu a palavra uma segunda vez (não estava previsto) para dizer que o documento não foi feito para agradar a um setor específico.
"Até duas décadas atrás, o que se tinha era bilateralismo e posições hegemônicas. O multilateralismo da Rio+20 leva em consideração posições diferentes das minhas. Se todas as minhas posições não estão lá é porque há que respeitar a diversidade. E a diversidade implicar recuar um pouco e avançar outro pouco", disse em tom seco, transparecendo irritação.
Cerca de 30 feministas com faixas invadiram a sala cujo acesso era restrito.
As faixas
"Os
direitos das mulheres não se negociam" e "Pelos direitos
reprodutivos"- foram abertas depois da intervenção da ex-premiê da Irlanda Mary Robinson, que lamentou o
retrocesso do documento em relação a direitos reprodutivos.
O documento da Rio+20 usou "saúde reprodutiva" no lugar de "direitos reprodutivos" - expressão consagrada naConferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (Cairo, 1994) quando, pela primeira vez, houve posicionamento favorável da ONU aos "direitos sexuais e reprodutivos".
Segundo as feministas, não se trata de uma questão semântica, o termo refere-se ao acesso a métodos contraceptivos e à educação sexual, além da dimensão sanitária.
O documento da Rio+20 usou "saúde reprodutiva" no lugar de "direitos reprodutivos" - expressão consagrada naConferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (Cairo, 1994) quando, pela primeira vez, houve posicionamento favorável da ONU aos "direitos sexuais e reprodutivos".
Segundo as feministas, não se trata de uma questão semântica, o termo refere-se ao acesso a métodos contraceptivos e à educação sexual, além da dimensão sanitária.
Fonte: IUH,
a partir de reportagem de Laura
Capriglione, publicada pelo jornal Folha
de S. Paulo, 22-06-2012.