O Sindicato dos Vigilantes do Estado do Pará protocolou uma denúncia no Ministério Público Federal em que afirma que está ocorrendo “dispensa em massa de trabalhadores vigilantes” nas obras da hidrelétrica de Belo Monte, na região do Xingu. Em documento datado de 23 de junho, a entidade pede que o MPF interceda para que seja evitada mais demissões.
Segundo o Sindicato, o Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM)
demitiu 176 trabalhadores nas últimas semanas em função da desmobilização de
postos de vigilância.
“O consórcio está se valendo da ostensiva presença da Força
Nacional e da PM do estado para atender sua necessidade de segurança
patrimonial, cuja fatura está sendo paga em dobro pelos trabalhadores. 1) estão
perdendo o emprego; 2) pagam impostos para terem segurança pública, mas os
servidores estão prestando segurança ao patrimônio privado”., afirma o
Sindicato em trecho da denúncia que foi reencaminhada pelo MPF ao Ministério
Público do Trabalho.
O Sindicato dos Vigilantes aponta ainda a conquista de um adicional de 30% em
negociação coletiva, em razão da periculosidade da profissão, como medida do CCBM
para também efetivar as demissões. “[O CCBM]
está substituindo vigilantes por agentes de portaria ou fiscais de obra, cujos
trabalhadores não possuem qualificação nem autorização da Polícia Federal para
realização da atividade de vigilância”.
No último 18 de setembro, uma revolta trabalhista
foi controlada por homens da Força Nacional com uso de balas de borracha,
escolta de trabalhadores demitidos e até impedimento de saída de trabalhadores dos
canteiros. Veja AQUI.