Indígenas aguardam há dez anos a
conclusão do processo de demarcação de sua terra e vêm tendo seus direitos
sistematicamente violados
A luta do povo indígena Tupinambá pela recuperação do
território que tradicionalmente ocupa no sul da Bahia é o tema de projeto de documentário
curta-metragem aberto para financiamento coletivo no Catarse. Os
indígenas aguardam há dez anos a conclusão do processo de demarcação de sua
terra e vêm tendo seus direitos sistematicamente violados, tanto pelo Estado
brasileiro, como por indivíduos e grupos contrários à regularização de seu território.
O projeto está sendo
organizado pela jornalista e cientista social Daniela Fernandes Alarcon,
e pela cinegrafista e documentarista Fernanda de Paiva Ligabue.
Leia abaixo, texto da campanha:
Propomos a realização de um documentário de curta-metragem sobre a
luta do povo indígena Tupinambá, que habita o sul da Bahia (Brasil),
para a recuperação do território que tradicionalmente ocupa. Os indígenas
aguardam há dez anos a conclusão do processo de demarcação de sua terra e vêm
tendo seus direitos sistematicamente violados, tanto pelo Estado brasileiro,
como por indivíduos e grupos contrários à regularização de seu território.
Só o cacique Babau (Rosivaldo Ferreira da
Silva), da aldeia Serra do Padeiro, já foi encarcerado três vezes, no marco de
um agudo processo de criminalização de lideranças; desde 2010, ele é assistido
por um programa de proteção de defensores de direitos humanos, em razão de
ameaças de morte.
Reunindo depoimentos de indígenas e sequências
gravadas em maio de 2014 na aldeia Serra do Padeiro, no interior da Terra
Indígena Tupinambá de Olivença, assim como imagens de arquivo, o documentário
focalizará a disputa fundiária em curso, recuperando elementos da história de
expropriação e resistência dos Tupinambá, que se entrelaça ao avanço da
fronteira agrícola, a partir do final do século 19, e à ascensão dos coronéis
de cacau.
Com o filme, pretendemos dar visibilidade ao
conflito e contribuir para pressionar o Estado brasileiro para que conclua, com
urgência, o processo de demarcação da Terra Indígena Tupinambá de Olivença,
garantindo os direitos de índios e não índios. Vamos inscrevê-lo em festivais e
enviá-lo para canais de televisão, além de deixá-lo disponível na internet.