A Polícia Federal cumpriu nesta terça-feira, 02 de dezembro 23
mandados de prisão - duas preventivas e 21 temporárias -, 28 mandados de busca
e apreensão e seis conduções coercitivas numa operação destinada a desarticular
uma organização criminosa que reunia no Maranhão funcionários do Ibama, da
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema) e empresários.
Entre os envolvidos presos está Antônio Carneiro, superintendente do Incra no
Maranhão, que teria participação no esquema quando era da Sema estadual, onde seria originalmente lotado, tem sido nomeado para o Incra por meio de cargo comissionado dado pelo governo federal.
O grupo atuava no desmatamento ilegal na área de floresta
amazônica, próxima em áreas próximas de unidades de conservação e terras
indígenas de onde era retiradas madeiras ilegais, depois legalizadas
irregularmente pelos órgãos ambientais.
Segundo a PF, as investigações começaram em setembro
passado,depois que o Ibama informou que alguns servidores da autarquia estavam
envolvidos em atividades ilícitas. As investigações revelaram desvios de condutas
de 15 servidores do IBAMA. de um servidor do SEMA e de um ex-superintendente
adjuntos da SEMA.
A PF afirma que os atos de corrupção eram variados e envolvia
principalmente os serviços de fiscalização. No Maranhão, é comum casos de
autorização de desmatamento em áreas inexistentes ou já desmatadas, nas
proximidades de unidades de conservação, facilitando a ação criminosa.
Os investigados responderão pelos crimes de associação criminosa,
concussão, corrupção passiva e ativa, prevaricação, advocacia administrativa e
violação de sigilo funcional, cujas penas, somadas, podem chegar a 25 anos de
reclusão. A operação da PF ganhou o nome de Ferro e Fogo, I e II, numa
referência ao licrop do pesquisador Warren Dean, que narra com rigor histórico
as formas de destruição da floresta brasileira.
Nota Oficial (Incra)