Foto: Filipe Redondo/ÉPOCA |
Ainda foragido e segundo os seus
advogados, “esperando o melhor momento para se apresentar”, Adão Rodrigues, o
“Alemão” é dono da Boate Xingu, onde mulheres, inclusive uma menor e uma travesti eram mantidas em regime de escravidão por dívida, em cárcere privado e
obrigadas a se prostituir na região de um dos canteiros da usina hidrelétrica
de Belo Monte, em Vitória do Xingu, no Pará.
À denúncia, feita por uma menor que
conseguiu fugir do local e confirmada por várias mulheres que foram libertadas
após operação da Polícia Civil, soma-se outros casos de expansão da
prostituição e do consumo de drogas em função da obra do Plano de Aceleração do
Crescimento.
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E assim como as grandes empreiteiras, ávidas por obras do governo federal, e os chamados trabalhadores “barregeiros”, que migram junto com os empreendimentos hidrelétricos,
o negócio da exploração de mulheres se profissionalizou nas obras do PAC, ao
ponto de Adão Rodrigues, já ter atuado em pelo menos doze obras com as chamadas “discotecas
ambulantes”, inclusive na hidrelétrica de Jirau, em Rondônia.
“Certa vez a polícia o prendeu,
acusando-o de explorar a prostituição infantil, conta-me Adão Rodrigues, mas
conseguiu provar sua inocência. Ele surge como um gaúcho quarentão no meio da
selva do Brasil: sua família é do Rio Grande do Sul, de uma cidade próxima à
fronteira com a Argentina, e ele usa botas, chapéu e bigode de gaúcho. Em uma
tarde de abril de 2011, está se mudando com a esposa e os filhos de Porto
Velho, Rondônia, para a hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará. O
sol da selva às duas da tarde golpeia o caminhão carregado e a caminhonete onde
viaja. Já trabalhou antes em pelo menos outras 12 centrais hidrelétricas”,
afirma matéria da revista Samuel.